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Em recuperação judicial, OAS atrasa salário de 350 pessoas

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SÃO PAULO  -  Pela primeira vez em 40 anos de história, a OAS deixou de pagar o salário em dia a funcionários. Aproximadamente 350 pessoas que ocupam cargos de confiança receberam um e-mail, na semana passada, no qual a companhia informou que não poderia realizar o pagamento de fevereiro por motivos “inesperados” em recebimentos de obras. 

Uma das envolvidas na Operação Lava-Jato, a OAS está em recuperação judicial desde 2016, com dívidas de aproximadamente R$ 10 bilhões. O número de pessoas equivale a 1,45% dos atuais 24 mil funcionários do conglomerado.

A empresa informou em nota ao Valor que o problema deve ser resolvido nos próximos dias. “O atraso do pagamento neste início de mês é uma situação pontual, limitada ao pessoal que ocupa cargos de confiança e provocada por um atraso inesperado em recebimentos de obras, que deve ser resolvido nos próximos dias.”

Ainda segundo a empresa, essa situação não afeta o plano de recuperação judicial. Até o momento, a OAS tem cumprido todos os compromissos estabelecidos no plano de recuperação. Mas uma fonte próxima à companhia destaca que o atraso no pagamento do salário indica um possível problema de liquidez. 

Com a Lava-Jato, o grupo passou a enfrentar restrição de crédito, o que foi decisivo para o pedido de recuperação judicial apresentado em março de 2015. 

Um alívio significativo para o endividamento da OAS depende da transferência da participação de 24,4% que a empresa detém na  Invepar, holding de infraestrutura da qual a OAS é uma das sócias, para um grupo de credores. 

O negócio, no entanto, ainda depende de uma autorização do governo do Estado do Rio de Janeiro, por conta da fatia da Invepar no Metrô Rio. A expectativa era de que a operação fosse concluída no ano passado. Uma possibilidade seria a Justiça acionar o governo fluminense para que formalize uma decisão.

A companhia nasceu em 1976, na Bahia, dedicada ao setor de engenharia e infraestrutura. Nos anos seguintes expandiu a atuação no país e exterior. Chegou a ter mais de 100 mil funcionários. 

Mas com o envolvimento na Lava-Jato e a recessão econômica, que reduziu as obras públicas, viu sua carteira encolher. Em março de 2016 o backlog da empresa era de R$ 10 bilhões. Hoje, está em R$ 5,1 bilhões. A OAS chegou a conquistar algumas obras no período, mas tem sofrido com a estagnação do setor de infraestrutura.

 

11/03/2018

Autor(a)
Fernanda Pires e Rodrigo Rocha

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