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Efromovich tentou, mas não foi aceito na Alitalia

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Germán Efromovich foi demitido do conselho da Avianca na Colômbia e no Brasil a Avianca está fora do mercado

A empresa pública italiana Ferrovie dello Stato Italiane, líder do consórcio que está sendo formado para resgatar a Alitalia, informou em comunicado que escolheu a holding italiana Atlantia para participar do consórcio que vai reerguer a aérea, em recuperação judicial desde 2017. Também participam do consórcio a Delta Air Lines e o Ministério da Economia e Finanças da Itália.

Com a decisão da Ferrovie, Germán Efromovich fica fora do consórcio a ser criado para reerguer a Alitalia. O empresário fez uma oferta como investidor individual e tinha interesse em participar da gestão da Alitalia e atuar como seu presidente executivo. Germán e seu irmão José Efromovich têm o controle da Avianca Brasil, em recuperação judicial desde dezembro, com dívidas que superam R$ 3 bilhões.

Na Colômbia, Germán foi demitido do conselho de administração da Avianca Holdings em junho, depois de um empréstimo de US$ 456 milhões feito pela United Airlines não ter sido pago. A BRW Aviation, braço de investimento do Synergy Group, de propriedade dos Efromovich, deveria ter pago a dívida. A BRW detém 78,1% das ações da Avianca Holdings.

Como compensação, a United passou a deter o direito de voto que antes pertencia à BRW Aviation e o repassou à Kingsland Holdings, do investidor Roberto Kriete, que detém 21,9% da Avianca Holdings. Kriete, principal rival de Efromovich na empresa, assumiu o comando do conselho de administração.

Na Itália, segundo o comunicado da Ferrovie dello Stato Italiane, as empresas vão começar a trabalhar o mais rápido possível no plano de negócios e em outros elementos da eventual oferta.

Ontem venceu o prazo para investidores apresentarem ofertas para ajudar a relançar a Alitalia.

Ao todo, a Ferrovie recebeu quatro propostas de grupos interessados em participar do consórcio. De acordo com informações do jornal italiano "Il Sole 24 Ore", as ofertas vieram do grupo Atlantia, braço industrial da família Benetton que opera os aeroportos de Roma; do empresário Germán Efromovich; de Carlo Toto, cuja companhia aérea Air One foi adquirida pela Alitalia em 2009; e do empresário Claudio Lotito, dono do clube de futebol italiano Lazio.

A Atlantia propõe investir em torno de € 300 milhões para adquirir 30% de participação na nova holding que controlará a Alitalia. Essa holding será liderada por Ferrovie e pelo Ministério das Finanças italiano.

De acordo com o jornal italiano, a Atlantia pediu algumas semanas para avaliar o plano de negócios. A empresa quer mudanças na malha aérea e nas rotas, consideradas mais favoráveis à Delta Airlines do que à Alitalia. A Atlantia também pede mais cortes nos custos dos serviços terrestres para aumentar a eficiência da companhia aérea.

As relações da Atlantia com o governo da Itália estão tensas desde o desabamento, em 2018, de uma ponte em Gênova, cuja concessão está com a empresa dos Benetton. A tragédia causou a morte de 43 pessoas e levou o governo a ameaçar revogar as concessões rodoviárias da Atlantia. De acordo com o jornal italiano, a empresa foi pressionada pelo governo a investir de novo na Alitalia. A Atlantia já participou de duas recapitalizações da Alitalia, em 2008 e em 2017.

A empresa aérea sofreu nos últimos anos com a concorrência de companhias aéreas de baixo custo e não conseguiu apresentar um plano bem sucedido para se restabelecer. De acordo com a imprensa italiana, a companhia aérea não registra lucro há pelo menos 15 anos. A operação da Alitalia causou perdas aos cofres públicos de € 10 bilhões desde 2008.

 

26/07/2019

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