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Intermédica, Carrefour e BTG devem entrar no Ibovespa

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Carlos Sequeira, do BTG, vê setor de saúde ganhando importância na bolsa

Com o aumento do volume de negociação na bolsa e as perspectivas ainda positivas para a atividade brasileira, o Ibovespa caminha para ter o maior número de ações desde setembro de 2014, com a entrada de novos representantes da economia local. Em agosto, a B3 deve lançar a sua primeira prévia para a carteira teórica do índice, com grandes chances de entrada dos papéis da empresa de saúde Notre Dame Intermédica, do grupo varejista Carrefour e do banco BTG Pactual.

Há ainda alguns pregões até que se saiba quais empresas de fato participarão da carteira do Ibovespa, uma vez que dados de liquidez, valor de mercado e ações em circulação podem alterar substancialmente os cálculos até aqui. Considerando os números de agora, porém, Itaú BBA, Santander e BTG Pactual apontam que essas ações devem entrar no índice.

A primeira prévia do rebalanceamento do Ibovespa será lançada pela B3 em 1º de agosto, seguida de duas outras prévias, nos dias 16 e 30. A nova carteira passa a vigorar no primeiro pregão após a publicação da terceira prévia, em 2 de setembro. Atualmente, 66 ações fazem parte do Ibovespa.

Em setembro de 2014, o índice tinha exatamente 69 ativos. Numa série histórica desde 2006, compilada pelo Itaú BBA, o maior número foi de maio de 2013, com 73 ações, e o menor, no começo da série, com pouco mais de 50 papéis.

A chegada do BTG no Ibovespa causaria um aumento da concentração do setor financeiro no índice, hoje com peso de cerca de 36%. Com a Intermédica, o setor de saúde sairia de 0,7% para 1,6% de participação no Ibovespa. O setor de matérias-primas, por sua vez, vai perder pequeno espaço, saindo de 15,5% de participação para 13,5%, de acordo com o Itaú BBA.

O índice, portanto, vai permanecer com elevada concentração, com bancos e empresas de materiais como as mais relevantes - Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Petrobras e Vale. No entanto, se confirmadas as mudanças, analistas dizem que ficará claro o aumento da procura por alternativas na bolsa ligadas ao ciclo de atividade local, como é o caso dos segmentos de saúde, bancos digitais e consumo básico.

"A Intermédica está num setor de importância e que entregou relevante expansão, em um ambiente de atividade fraca no geral. Podemos começar a ver o setor ganhando peso e espaço na bolsa e, consequentemente, no Ibovespa", diz Carlos Sequeira, analista do BTG Pactual. "Semelhante situação vimos em Hapvida, em um momento em que vem disparando o fluxo na bolsa."

O Itaú BBA afirma que, no caso do BTG, o enfoque no aumento de exposição ao varejo, via plataforma digital, abriu oportunidade de aumento da procura pela unit, em um momento em que fintechs e alternativas de investimento para a pessoa física vêm entrando no radar do mercado.

"A tendência de longo prazo da bolsa é convergir para uma maior proximidade da economia real e isso ainda não vimos. O Ibovespa ainda é muito concentrado em commodities e setor financeiro, que ainda são vistos como porta de entrada do investidor para se expor a Brasil", afirma Daniel Gewehr, chefe de estratégia em renda variável para América Latina no Santander Brasil.

Para o Itaú BBA, entre as concorrentes a entrar no Ibovespa, Hering ON tem robusto índice de negociabilidade, mas ainda não atingiu a liquidez necessária. Marfrig ON, por outro lado, é a única ação no limiar de sair do índice, mas isso também não deve acontecer por ora. Os papéis de B3, Via Varejo e JBS devem ganhar um pouco mais de participação no Ibovespa, enquanto Vale ON, Suzano ON e Petrobras ON devem perder espaço.

"Podemos ver uma pressão de compra mais intensa porque o grosso do movimento dos fundos passivos [que seguem a rentabilidade do Ibovespa] ocorre apenas quando se confirma a carteira. Esperamos uma pressão compradora de cerca de dois a três dias nesses ativos, o que pode puxar o preço deles para cima", diz Marcos Assumpção, chefe de estratégia de ações para Brasil do Itaú BBA.

Tanto o Itaú BBA quanto o Santander preveem que a Oi passaria a integrar o Ibovespa. Pelas regras do índice, porém, companhias em recuperação judicial estão vedadas de participar do indicador.

 

17/07/2019

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