Durante meus estudos sobre turnaround encontrei uma figura que retrata muito bem as etapas do processo. Gostaria de compartilhar meu entendimento sobre os aspectos abordados por Robbins e Pearce II (1992) no artigo Turnaround: Retrenchment and Recovery.
Turnaround: diagnósticos e causas
Turnaround é o período representado pelo declínio no desempenho financeiro e pela recuperação na performance empresarial. Ele é um meio para se chegar a reestruturação, em que o crescimento e o lucro possam ser recuperados.
O descumprimento das obrigações financeiras é o principal sintoma que a empresa apresenta quando está em dificuldades. Esta deficiência pode ser causada por fatores internos ou externos.
As falhas internas são aquelas nas quais a gestão possui controle, como gestão ineficiente, expansão desordenada, alto grau de endividamento ou ausência de controles. Enquanto as causas por fatores externos são provenientes de aspectos que a empresa não tem controle direto, tais como crises econômicas, mudança competitiva ou tecnológica, alterações no comportamento do consumidor.
O correto diagnóstico da causa da crise é primordial para promover estratégias adequadas de recuperação, no entanto é importante considerar que raramente o declínio tem origem numa única causa; ou seja, é a interação de diversos fatores que contribui para o agravamento da crise.
Identificar a gravidade da situação é uma medida que avalia os recursos disponíveis e quanto sua sobrevivência está ameaçada. Assim, a severidade da crise dita o ritmo da reestruturação e a escolha das ações.
Os estágios de contenção e recuperação
De forma geral, o turnaround se refere às ações empreendidas na empresa que enfrentam piora na performance. Muitos pesquisadores consideram dois estágios neste processo: contenção e recuperação.
O estágio de contenção os esforços são feitos para garantir um fluxo de caixa positivo para estabilizar o declínio e garantir sua sobrevivência. Nesta etapa, o objetivo é reverter o estado crítico tão rápido for possível através de redução de ativos, cortes de custo e de geração de receitas. Pode ser necessário promover mudanças na liderança, reestruturação da dívida, redução de linhas de produtos e implementação de controles rígidos.
A recuperação
Após a estabilização do declínio é iniciada a fase de recuperação, na qual são implementadas estratégias de rentabilidade de longo prazo e aumento de market share. A chave para uma recuperação bem-sucedida deve focar em clientes mais rentáveis e viáveis sob os aspectos de recursos disponíveis, desenvolver uma vantagem competitiva clara baseada nas necessidades valorizadas pelos clientes, e contar com o apoio de uma liderança alinhada com as demandas do mercado.
O mais importante numa situação de turnaround é uma estratégia clara para orientar todas as ações da empresa para que recursos escassos não sejam perdidos de forma improdutiva. Na maioria das vezes, as falhas ocorrem quando os gestores negligenciam o diagnóstico e respondem de forma inadequada às necessidades empresa.