A recuperação judicial da empresa Oi, foi novamente adiada, sem nenhum prazo para que
seja de fato finalizada.
De acordo com informações, o processo de recuperação judicial (RJ) da Oi (OIBR3) teve o
prazo para o seu encerrado novamente adiado no dia 07/06/2022 e agora não tem data
definida para ser encerrado.
Vale ressaltar que esse caso está sendo considerado o maior processo de recuperação
judicial do Brasil, cujo valor superou os R$ 65 bilhões.
Lembrando que a recuperação judicial já havia sido adiada uma vez para o fim de maio
deste ano, novamente, a Oi adiou por causa de diligências pendentes.
O que falta para que a Oi consiga resolver esta questão de
uma vez por todas?
A companhia telefônica precisa entregar o relatório final do Administrador Judicial, junto
com o quadro geral de credores consolidado, os quais somam 65 mil. Para que então, seja
concluído o processo de RJ da Oi.
De acordo com a fonte de O Globo, o processo deve ser encerrado em breve, contudo,
ainda não foi divulgada uma data prevista.
Outro ponto importante é que o valor final da venda da V.Tal, a unidade de fibra ótica da Oi
(OIBR3), para o BTG Pactual teve um ajuste de R$ 1,4 bilhão, segundo comunicado
divulgado pela companhia no dia 14 de outubro desse ano.
Apesar de ser uma alta quantia, esse ajuste não trouxe impacto no caixa da empresa de
telecomunicações, uma vez que já estava previsto na negociação e na posição de caixa da
Oi no balanço do segundo trimestre.
Hoje, não é mais um bom negócio investir no setor de
telecomunicação em função desta situação da Oi? Ou
apenas não é bom investir na Oi?
Não é segredo que a Oi está entre as marcas mais conhecidas do Brasil e por isso, conta
com relevante market share de telefonia e mesmo estando em recuperação judicial, as
ações da Oi estão no grupo das mais procuradas do mercado
Ao analisar as empresas listadas na Bolsa de Valores, algumas corporações chamam
atenção por causa da força, tamanho e impacto em seu mercado de atuação.
Nesse caso, as ações da Oi são um dos ativos mais buscados pelos investidores,
especialmente nos últimos meses.
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Muito se fala sobre a venda, contudo, vale ressaltar que houve a concretização da venda de
25% de uma empresa que pertence ao grupo OI. Trata-se da Unitel, empresa angolana de
telefonia, que foi vendida por US$1 bilhão para a, também empresa petrolífera angolana,
Sonangol.
Esse acontecimento fez com que os investidores se animassem com a recuperação da
empresa e com a chegada de bons resultados. Porém, essa não é a primeira iniciativa da Oi
nesse sentido, a venda de imóveis e participações tem acontecido desde o ano de 2019.
É importante estar atento ao fato de que a rentabilidade passada não é garantia de bons
resultados futuros. Ao realizar uma projeção, seja com os ativos da Oi ou mesmo com outras ações, é preciso lembrar que que o mercado pode agir de forma contrária, afinal,
trata-se de um ambiente volátil.
Para aqueles que estão pensando em investir em ações da Oi, é essencial se atentar ao
preço de compra e venda do ativo. Se faz necessário fazer uma análise de todo o histórico
para que a entrada não aconteça em um patamar que dificulte a conquista de lucros
futuramente.
Sendo assim, a resposta para a pergunta se vale a pena comprar ações da Oi, pode ser
respondida da seguinte forma:
A empresa possui tendência neutra no longo prazo.
Além disso, é de se considerar que as ações da Oi apresentam maior volatilidade (risco)
que a média de mercado, mesmo reconhecendo os significativos passos dados de sua
reestruturação nos últimos tempos.
Pelo fato do mercado mudar de forma rápida, ao investir é essencial perceber como está a
evolução dos negócios da empresa e seus resultados operacionais. Isso fará com que seja
possível rever a tendência do ativo no longo prazo.
Recuperação judicial: como devem ficar os processos
judiciais da Oi?
A tendência é que a recuperação judicial da Oi seja encerrada em breve. O Ministério
Público do Rio de Janeiro (MPRJ) concordou com o fim do processo, dependendo então, da
decisão do juíz responsável pelo caso.
Entretanto, algumas observações sobre a venda da base de clientes da TV por assinatura
via satélite (DTH) para a Sky e a respeito do pagamento a pequenos credores foram feitas.
A primeira é que a transferência de clientes DTH para a Sky precisa estar a par até o fim de
abril do ano seguinte. O acordo ainda prevê a utilização da rede de fibra ótica da Oi para
transmitir a programação da Sky.
A segunda observação é referente a saúde financeira da empresa. Com a observação, o
Ministério Público do RJ solicita que a Oi lance uma campanha para tranquilizar credores
pequenos.
Além disso, a Oi também precisará comprovar a sua capacidade financeira para lidar com
credores nos próximos três anos.
Porém, isto não quer dizer que o processo será encerrado definitivamente com o parecer do
MPRJ. Apesar da manifestação do Ministério Público, o juiz Fernando Viana, do Tribunal de
Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), ainda precisa bater o martelo para finalizar a
ação judicial. O processo corre na 7ª Vara Empresarial.
Até que ponto essa situação pode interferir em outras
questões neste setor?
O presidente da Anatel, Carlos Baigorri diz que a agência está monitorando a situação. Por
enquanto, afirmou que o caso impacta credores e decisões cabem ao juízo da recuperação
judicial da Oi.
Em coletiva de imprensa que aconteceu em outubro, o presidente da Anatel disse que a
agência vai agir caso fique comprovado qualquer prejuízo aos clientes com celulares
transferidos da Oi ou se houver risco à prestação do serviço de telefonia fixa, do qual a Oi é
concessionária.
“No momento, é uma questão que interessa aos credores. O juiz Fernando Viana, da
recuperação judicial da Oi, que deve dizer se a empresa terá condições de pagar os
credores e decidir essa disputa”, disse em coletiva de imprensa.
De acordo com Baigorri, por enquanto o embate das gigantes do setor tem o potencial de
aumentar a “alavancagem” [endividamento] da Oi, mas não põe em risco a prestação do
serviço móvel aos clientes migrados para Claro, TIM e Vivo.
“Estamos monitorando. Se em algum momento constatarmos dano ao usuário final, então
vamos agir. E neste caso, poderemos aplicar multas por descumprimento de metas de
qualidade sobre as operadoras que compraram a Oi Móvel”, afirmou.
Outra preocupação da Anatel é que o eventual não recebimento do dinheiro pela Oi
comprometa o caixa da empresa e prejudique a concessão de telefonia fixa. “A gente
sempre faz, e continua fazendo, acompanhamento econômico das concessões com foco na
prestação do serviço. Se isso colocar em risco a prestação do STFC, aí vamos olhar o
caso”, acrescentou.