A Agrenco apresentou ontem aos credores um novo plano para reativação das unidades de Caarapó (MS) e Alto Araguaia (MT). O presidente do conselho de administração da companhia, Edgard Salomão, disse que a reação dos credores à proposta foi "muito positiva". "Durante mais de duas horas respondemos às perguntas e acreditamos que nossa proposta foi muito bem recebida", afirmou.
A apresentação foi feita em uma reunião informal, que contou com a presença de representantes dos principais credores, entre eles Deutsche Bank, Credit Suisse, Bradesco, Pine e Banif.
Agora, proposta será encaminhada ao agente fiduciário, o BNY Mellon, que convocará, futuramente, reunião formal para ouvir a decisão dos credores sobre aceitar o plano ou não.
O plano para reativar as unidades havia sido detalhado em maio de 2010, no entanto faltava apresentar o investidor estratégico que o financiaria. Essa questão foi solucionada em janeiro, com a obtenção de linha de crédito de R$ 130 milhões no GEM, fundo de investimento do Reino Unido.
Os ativos da Agrenco no Brasil estão em recuperação judicial desde 2008. E a holding controladora, que tem entre seus principais acionistas o fundador, Antonio Iafelice, é a responsável pelo plano alternativo, por avaliar que, no âmbito da recuperação, a retomada das atividades da empresa está demorando muito. Há meses a companhia negocia uma parceria com a Glencore para ter capital de giro.
Durante a apresentação de ontem, a companhia detalhou os produtos que pretende fabricar, a quantidade de energia que poderá ser comercializada, os créditos de carbono que poderá receber, bem como o quanto cada um dos produtos poderá gerar de faturamento e de retorno à companhia. O plano da holding prevê que todos os credores sejam pagos em 8 anos e não em 14 como prevê o plano atual. Se os credores não concordarem com a proposta, a empresa fica sem novas perspectivas.
Autor: Ana Paula Ragazzi
Fonte: Valor Econômico (03/02/2011)