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Álvarez & Marsal faz análise prévia de recuperação judicial da Cotia Trading

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A consultoria Álvarez & Marsal tem cinco dias para fazer uma análise prévia do funcionamento da Cotia Trading, que entrou com pedido de recuperação judicial na sexta-feira. A decisão é do juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo.

A decisão do juiz - se aceita ou não o pedido de recuperação judicial feito pela holding Cotia Empreendimentos e Participações e por sua controlada Cotia Vitória, empresa que opera o negócio de importação e exportação - será dado depois que o laudo da Álvarez & Marsal for entregue. Se o juiz aceitar, as duas empresas terão 60 dias para apresentar o plano de recuperação de seus negócios. A consultoria Íntegra e o escritório Renato Mange Advogados Associados estão assessorando a Cotia.

O valor da dívida, de pouco mais de R$ 700 milhões, está dividido entre bancos (cerca de R$ 400 milhões), a fabricante de veículos Jaguar/Land Rover (R$ 194,4 milhões) e outras empresas, como fornecedores de roupa na China (R$ 100 milhões). Estas dívidas não têm garantia real. Dentre os bancos, as maiores dívidas estão com Santander (R$ 81,8 milhões), HSBC (R$ 71,8 milhões), Banco do Brasil (R$ 62,7 milhões) e Bradesco (R$ 49,4 milhões).

Há ainda um débito de R$ 116,9 milhões que não entrou no pedido de recuperação judicial e tem garantia (recebíveis e operações de arrendamento mercantil, por exemplo).

A Cotia vinha negociando suas dívidas com a ajuda da Íntegra. Mas não foi possível acordo com a Jaguar/Land Rover e nem com os bancos, disseram ao Valor duas fontes que acompanham o processo.

No ano passado, a receita líquida da Cotia foi de R$ 2,4 bilhões, com queda de 20% em relação a 2014, mas o resultado final foi positivo. Neste ano, estima-se R$ 1 bilhão de faturamento, com provável resultado negativo.

Dentre os motivos que levaram a Cotia Trading a pedir recuperação judicial estão a desvalorização cambial, a recessão, o aumento de impostos sobre produtos importados, a restrição ao crédito e o investimento na " Brasil Supply, que até o momento não atingiu os resultados esperados", segundo consta do processo judicial. A Brasil Supply foi criada em 2002 por Cotia Trading, Petrobras Distribuidora, grupo Suzano e o grupo Gerhardt Santos. O plano era produzir embarcações e prestar serviços de logística para a Petrobras. A Cotia informa, no pedido de recuperação judicial, que ela e suas sócias na Brasil Supply investiram R$ 250 milhões.

A Cotia foi criada em 1976 para exportar carnes, grãos e aço produzidos no Brasil a países da Ásia e da África. Nos anos 90, começou a importar, com foco em veículos e insumos industriais. Nos últimos anos, passou a diversificar, importando até roupa.

Os negócios da Cotia envolvem ainda uma empresa de armazéns alfandegados e unidades no exterior, que não fazem parte do processo de recuperação judicial.

Autor(a)
Cynthia Malta

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