A Mendes Júnior entrou nesta terça-feira, (8), com pedido de recuperação judicial em Belo Horizonte. O pedido foi distribuído para a primeira vara empresarial da capital mineira e, segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, ainda aguarda despacho do juiz.
A empresa é um dos alvos da Operação Lava Jato, que apura casos de corrupção em contratos de fornecedores com a Petrobras. Sérgio Cunha Mendes, principal executivo da empreiteira, e outros executivos foram presos em novembro de 2014 na Operação Juízo Final, desdobramento da Lava Jato que pegou o braço empresarial do esquema de corrupção instalado na Petrobras.
Segundo denúncia do Ministério Público Federal, a Mendes Júnior fez parte do "clube vip" de empreiteiras que, em cartel, "teriam sistematicamente frustrado as licitações" da Petrobrás para a contratação de grandes obras a partir do ano de 2006, entre elas na Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná.
Em novembro do ano passado, o executivo Sergio Cunha Mendes foi condenado pelo juiz Sergio Moro a 19 anos e 4 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Na sentença, de novembro de 2015, o juiz Moro destacou que Sergio Cunha Mendes é o principal executivo da Mendes Júnior "responsável pelos crimes". "Responde pela corrupção ativa em todos os contratos e pela lavagem de dinheiro em todas as operações. É acionista da holding do Grupo Mendes Júnior e vice-presidente executivo. Assinou, nesta condição e representando a Mendes Júnior, os contratos do Consórcio Interpar, do Consórcio CMMS e da obra da REGAP com a Petrobrás", anotou o magistrado.