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Americanas adia balanços pela 4ª vez e fala em ‘fraude sofisticada’

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Companhia postergou os resultados de 2022 e a revisão dos balanços de 2021; varejista está em recuperação judicial com dívida de R$ 42,5 bi 

13/11/2023

 

A Americanas anunciou nesta segunda-feira, 13, um novo adiamento na divulgação das demonstrações financeiras de 2022 e a divulgação do balanço patrimonial de 2021. Segundo o fato relevante divulgado na manhã de segunda, a companhia afirma que foi “vítima de uma fraude sofisticada e muito bem arquitetada, o que tornou a compilação e análise de suas demonstrações financeiras históricas uma tarefa extremamente desafiadora e complexa.”

A Americanas está em recuperação judicial e tem dívidas declaradas de 42,5 bilhões de reais.

No fato relevante enviado à CVM, a Americanas afirma que os procedimentos de auditoria nos dois balanços suspensos foram “substancialmente concluídos”, mas “ainda não foi possível cumprir todo o rito interno de aprovação previsto na governança da ‘companhia”. A auditoria da empresa está a cargo da BDO.

A divulgação do balanço —prevista originalmente para o final de março, passou para maio, depois para o fim de outubro, esta segunda-feira e agora, segundo a Americanas, deve acontecer na quinta-feira, dia 16, antes da abertura do mercado. Na quinta, devem participar de uma teleconferência para detalhar os resultados e falar sobre planos de recuperação da empresa o presidente da companhia, Leonardo Coelho, e a diretora financeira e de relações com investidores, Camille Loyo Faria.

Na semana passada, a B3 suspendeu a Americanas do segmento Novo Mercado, na primeira vez que uma empresa foi suspensa do segmento de mais alto grau de governança da bolsa brasileira. A Americanas afirma que vai recorrer da decisão.

‘Inconsistências contábeis’

Em janeiro deste ano, a Americanas divulgou um fato relevante ao mercado informando sobre “inconsistências contábeis” de 20 bilhões de reais, junto com a renúncia do então CEO Sergio Rial, recém-empossado. Cerca de uma semana depois, a empresa entrou em recuperação judicial, com dívidas declaradas de 42,5 bilhões de reais.  Os principais credores da varejista são os grandes bancos brasileiros.

Em junho, a companhia assumiu pela primeira vez que havia fraude nos balanços. Segundo o relatório elaborado por assessores jurídicos da atual diretoria, as demonstrações financeiras da varejista vinham sendo fraudadas pela antiga gestão da empresa. O comunicado cita o CEO anterior a Rial, Miguel Gutierrez, e  ex-diretores José Timótheo de Barros, Anna Christina Ramos Saicali, Márcio Cruz Meirelles, Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Sila Nunes, afastados de suas funções executivas desde fevereiro deste ano. Na ocasião, a Americanas afirmou que o balanço estava inflado em 25,3 bilhões de reais ao longo dos anos, mas não detalhou desde quando.

O rombo na gigante varejista foi objeto de uma CPI, encerrada no final de setembro sem apontar culpados.

Autor(a)
Por Larissa Quintino
Informações do autor
Fachada de uma das lojas do grupo // (Mauro Pimentel/AFP)

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