O Banco do Brasil (BB) está, por enquanto, mais perto do piso de suas projeções para a carteira de crédito, que preveem crescimento de 1% a 4% neste ano. Porém, a instituição pode ficar no ponto intermediário dessa faixa, dependendo do comportamento das operações com pessoa jurídica, segundo Bernardo Rothe, gerente-geral de relações com investidores do BB.
A estimativa do banco para a carteira de pessoa física é de crescimento de 4% a 7%. Para o saldo das operações com empresas, a projeção é queda de 1% a 4%. A carteira de crédito orgânica interna do banco recuou 9,2% no intervalo de 12 meses encerrado em março, chegando a R$ 633,27 bilhões. O saldo de pessoa física cresceu 1,6%, enquanto o de pessoa jurídica recuou 19,6%.
De acordo com Rothe, o BB tem notado crescimento na originação de crédito a pessoa física, mas o desempenho da carteira de pessoa jurídica ficou abaixo do esperado no trimestre. "Na parte originação, temos visto estabilidade de desembolso no segmento de micro, pequenas e médias empresas e nossa expectativa é de crescimento no segundo semestre", disse.
Já para a carteira de grandes clientes, a tendência é de estabilização no ano. Se esse segmento surpreender e mostrar crescimento, a expectativa do BB é ficar mais perto do ponto médio do "guidance", disse Rothe. Por outro lado, o executivo afirmou que a tendência do banco é direcionar parte das operações com grandes empresas para o mercado de capitais.
Em resposta a analistas, Rothe afirmou também que o caso específico de uma grande empresa que teve impacto na inadimplência do banco no primeiro trimestre deve migrar para a carteira de créditos renegociados. Na quinta, o BB informou que se tratava de uma grande empresa do setor de telecomunicações que está em recuperação judicial. O banco não revelou o nome, mas a única que se enquadra na definição é a Oi.
Rothe afirmou ainda que as receitas de tarifas devem encerrar o ano dentro do "guidance" fornecido pela instituição, que prevê crescimento entre 6% a 9%. No primeiro trimestre, o banco registrou um crescimento de 12,3% em receitas de tarifas, que somaram R$ 6,11 bilhões, mas a base de comparação com o mesmo período do ano passado não era tão forte, observou.
Em relação às despesas administrativas, o BB disse que a tendência é que a alta fique próxima do piso do intervalo do "guidance", que indica alta de 1,5% a 4,5%.