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Brasileiros e chineses em disputa pela Busscar

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Venda dos ativos e da marca pode ser alternativa, caso não seja aprovado novo plano de recuperação judicial; chinesa Shandong Heavy e três brasileiras têm interesse

Pelo menos duas companhias manifestaram, nesta semana, interesse em comprar a Busscar Ônibus, fabricante de carrocerias de Joinville (SC) prestes a entrar em recuperação judicial.

Uma delas é a chinesa Shandong Heavy Machinery Group, uma das maioresdo país asiático, que sugeriu colocar R$ 130 milhões para capital de giro e a realização de uma auditoria.

A outra proposta será apresentada por um investidor brasileiro, cujo interlocutor, em princípio, é o empresário José Boiko. Ele participou da assembleia de credores na terça-feira 22.

"Posso dizer, por enquanto, que não se trata de nenhuma das líderes de mercado. Se Marcopolo ou Caio Induscar fizessem a aquisição se formaria um monopólio", disse Boiko. As duas empresas representaram 68% da produção brasileira em 2011, segundo a Fabus, do setor. O encontro tinha como objetivo aprovar o plano de recuperação judicial apresentado em janeiro pela Busscar à Justiça.

A venda dos ativos e da marca foi apontada como saída para os donos da Busscar e para os milhares de credores que compareceram à assembleia, que não aprovou o plano.

Uma segunda opção, a reformulação da proposta de recuperação judicial, foi apresentada por Eros Gradowski, advogado dos ex-sócios de Claudio Nielson, atual dono da Busscar.

Nos próximos dias, representantes da empresa e dos credores deverão se reunir para discussões, já que uma nova assembleia deverá ocorrer em até 60 dias. "Vamos avaliar propostas antes de nos manifestarmos", disse Euclides Ribeiro, que defende a Busscar.

Apesar da situação delicada da companhia, o plano de recuperação sequer foi votado na assembleia da última terça-feira. E, caso não tivessem surgido alternativas, a tradicional fabricante de ônibus teria sua falência decretada.

Ativos valiosos

A venda dos ativos, tecnologia e marca foi apresentada por Boiko, que além de ser um interlocutor do brasileiro interessado, é empresário do setor de fretamento de ônibus e representou um credor, a Incomabra, na assembleia.

"Em nossa avaliação, estimamos que a Busscar pode valer R$ 700 milhões. Com essa verba, seria possível pagar a totalidade da dívida junto a trabalhadores e ao BNDES, além de 60% do valor devido a fornecedores e 40% a ex-sócios e outros credores", disse.

Segundo uma fonte, a gaúcha Comil pode ser a candidata brasileira. Isso porque, lembra, já houve movimentação em 2008 para ‘unir' as duas companhias. "Na época, o Santander fez tentativa de aproximação, mas não deu certo. Os portfólios são complementares".

O Santander está entre os seis principais credores. As propostas somam-se ao interesse da Marcopolo e da Caio Induscar que manifestaram interesse de alugar os ativos em caso de falência. "Alugar a preço de banana não vai acontecer" disse o advogado Dicler Assunção.

Autor: Érica Polo

Fonte: http://www.brasileconomico.ig.com.br (24/05/2012)

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