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Brookfield oferece R$ 1,2 bilhão por fatia de Invepar

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A primeira oferta da Brookfield Infrastructure pela fatia de 24,4% que o grupo OAS possui na holding Invepar foi de R$ 1,2 bilhão, conforme apurou o Valor. A proposta foi mantida em sigilo e não houve divulgação formal.

A oferta está R$ 650 milhões abaixo do preço que os credores da OAS International (emissora dos títulos aos quais o ativo está atrelado) aceitariam vender o negócio - R$ 1,85 bilhão, segundo informou a própria construtora.

Assim sendo, o resultado dessa primeira tentativa de consenso com os credores não teve sucesso.

Por conta das regras envolvidas no processo de venda da Invepar, é preciso que tais credores e a Brookfield alcancem um consenso de valor. Trata-se de um trâmite bastante diferente de uma negociação comum.

Os assessores legais e negociais dos credores da OAS - de bonds emitidos pela OAS Investimentos - coletam com os detentores desses títulos um valor pelo qual aceitariam vender a Invepar. Calculam uma média e divulgam como oferta. Como a Brookfield disse aos assessores dos credores que não esta disposta a pagar tal valor, a oferta foi retirada.

Somente após sucesso nessa etapa é que a OAS pode realizar um leilão público por esse ativo.

Todos esses passos estão sendo adotados porque, com dívidas de R$ 9 bilhões, a OAS está em recuperação judicial. A empresa entrou em dificuldades por conta dos efeitos da investigação da Operação Lava-Jato, conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF).

Agora, ambos os lados - Brookfield e credores - estão em compasso de espera. Para que uma nova rodada seja feita é preciso que uma das partes solicite. O próprio chamado, contudo, já indica a disposição do interlocutor.

Caso os credores provoquem, está implícita a disposição de reduzir o preço. E se for a Brookfiel a chamar, tudo indica que terá condições de ampliar sua oferta.

Além disso, ainda é preciso que os credores da OAS aprovem, em assembleia, um valor para venda da empresa. Há uma assembleia marcada para o próximo dia 14 - a data foi agendada após o início da assembleia, no dia 29 passado.

No fim de julho, já se falava que a Brookfield estava disposta a desembolsar R$ 1,2 bilhão pela Invepar. O entendimento era que os vendedores gostariam de uma proposta de R$ 1,8 bilhão.

A aposta, portanto, ainda é que um negócio será possível próximo da faixa intermediária deste intervalo, de R$ 1,5 bilhão.

A compra da Invepar é uma negociação separada do empréstimo de R$ 800 milhões concedido à OAS, e que deve ter como garantia uma participação de 18,8% na Invepar. A concessão dessa garantia também precisa passar pelo crivo dos credores na assembleia. A expectativa é que o empréstimo seja pago, de forma que a garantia não seja utilizada.

Já é certo que o valor da Invepar vai ficar abaixo dos R$ 2,2 bilhões que a OAS cita no plano entregue à Justiça. A companhia é uma das maiores holdings no setor de infraestrutura. Detém 51% do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, além de concessões rodoviárias, ferrovias e o metrô no Rio de Janeiro - e atividades no Peru.

Também com desafios financeiros, a Invepar vai vender 10% de sua fatia no aeroporto de Guarulhos, mas conservará o controle. A companhia é dividida entre OAS e as fundações Previ, Petros e Funcef.

Autor(a)
Graziella Valenti

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