Foco de uma série de investimentos mal-sucedidos, a área de private equity do BTG Pactual passa por mudanças. Renato Mazzola, sócio do BTG Pactual desde 2011, assumirá a unidade, substituindo Marcelo Hallack, que deixa a instituição financeira, segundo o Valor apurou.
Mazzola acumulará funções dentro do banco. Além de tocar as participações em empresas, continuará no comando dos investimentos em infraestrutura.
Recentemente, o BTG Pactual já tinha reestruturado a área de private equity. Carlos Fonseca, que era o principal sócio responsável pelo segmento, ficou encarregado exclusivamente da unidade de investimentos imobiliários. Hallack, também sócio do BTG, havia assumido as operações no lugar dele, pelo menos temporariamente.
Procurado pela reportagem, o BTG Pactual não se pronunciou.
Por meio da estratégia de ser um "banco de investimento que investe", o BTG Pactual fez mais de 30 negócios a partir da área de private equity nos últimos anos. Entre eles, estão as compras de participações em empresas como Sete Brasil (em recuperação judicial), a varejista Leader, a BR Properties, a companhia de hospitais Rede D'Or, os estacionamentos Estapar e a espanhola Águas de Barcelona.
Essa é uma área, porém, que tem perdido relevância no BTG Pactual. Depois da prisão de seu ex-controlador, André Esteves, em novembro, o banco iniciou um processo de encolhimento do private equity, com a venda de companhias do portfólio, como Rede D'Or e Leader e parte da BR Properties. Alguns ativos também enfrentam problemas, caso de Estre Ambiental, Petro África e BR Pharma, e não devem dar retorno. Esteves foi preso sob suspeita de atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato.
Empresas que tinham participação exclusiva do BTG Pactual, sem dinheiro de clientes, também foram alienados para gerar liquidez para o banco. É o caso da empresa de recuperação de crédito Recovery e do banco suíço BSI.
O banco tem dito de forma reiterada a investidores que quer se concentrar em atividades que demandem menos capital.