logotipo TMA Brasil
logotipo TMA Brasil
lupa

Cada delator deve receber R$ 15 milhões da Odebrecht

Capa

A delação da Odebrecht movimentou até funcionários que trabalharam na filial americana da companhia, que voltaram ao Brasil para participar do processo no qual cada executivo delator deverá receber, em média, R$ 15 milhões.

A quantia varia para cada um, mas será distribuída aos funcionários delatores, já que eles ficarão inabilitados para trabalhar no ramo em que atuavam. Já o valor que a companhia deverá pagar aos cofres públicos está sendo estimado em quantia bem mais alta do que os montantes pagos pela Camargo Corrêa e pela Andrade Gutierrez. A primeira fechou um acordo pelo qual vai devolver R$ 700 milhões. Já a segunda concluiu negociações para pagar em torno de R$ 1 bilhão. Fontes que tiveram contato com advogados que trabalham na causa falaram que a empresa pode ter que desembolsar até R$ 6 bilhões num acordo sem precedentes no país. O valor final ainda não foi revelado nem a forma de sua quitação, o que poderá ser feito através de parcelas anuais.

A empresa decidiu fazer a delação após consultar juristas da mesma senioridade de Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça que, antes de morrer, em novembro de 2014, vinha sendo consultado para definir a estratégia de defesa da Odebrecht e de outras empreiteiras envolvidas na Operação Lava-Jato. Também foram ouvidos ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo inicial dos donos da companhia era o de solucionar a situação de Marcelo Odebrecht, que foi preso em junho de 2015 e teve sucedidos pedidos de habeas corpus negados pela Justiça em várias instâncias. Os veteranos juristas indicaram à família que a melhor saída seria a de negociar uma delação premiada não apenas de Marcelo, mas de outros altos funcionários da companhia de maneira a prover a Justiça de informações exigidas para encerrar as ações penais envolvendo o grupo na Lava-Jato.

Com isso, foi montada uma verdadeira força-tarefa de advogados para atender dezenas de envolvidos. Fontes que participaram do processo relataram ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, que o número de funcionários da Odebrecht que negociaram delação premiada chegou a 52. Depois, foi reduzido a 40. Mas é possível que atinja até 60 pessoas. O número exato depende dos acertos finais de cada uma das delações.

Como a legislação só permite que os envolvidos se livrem de penas se contarem algo de novo, os fatos a serem delatados seriam fatiados. "Deve haver delação para todo mundo", contou uma pessoa que teve acesso às negociações.

Uma vez efetivada, a delação da Odebrecht deverá ser a maior de uma empresa no Brasil. Como a companhia se negou a colaborar durante o início da tramitação da Lava-Jato, refutou ostensivamente as acusações de que teria participado de ilícitos e só teria iniciado as tratativas para a realização de um acordo após outras empresas terem concluído suas respectivas negociações, os valores que ela teria que pagar seriam mais elevados.

Alguns dos juristas que foram consultados pela família possuem mais de 80 anos. A partir da orientação inicial deles, foram contratados vários advogados. Alguns teriam ficado com o caso de mais de um delator já que foram necessários muitos defensores para dar conta do alto número de delatores.

Autor(a)
Juliano Basile

Newsletter

Tags

# (1)
#CPR (1)
Agro (2)
Case (2)
Coesa (1)
crise (2)
CVC (1)
EUA (1)
Fiagro (1)
Light (7)
MEI (1)
OAS (1)
Outros (27)
Paper (2)
STJ (2)
TJ-SP (1)
TMA (1)
Varejo (2)
Chat on WhatsApp