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Casa & Vídeo prepara captação de R$ 40 milhões

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Depois de quase ter ido à falência na gestão anterior, a Casa & Vídeo Rio de Janeiro prepara sua primeira emissão de debêntures. Coordenada pelo BTG Pactual, a operação vai captar R$ 40 milhões. O dinheiro será usado como capital de giro. Assim, o presidente, Fábio Carvalho, deixa livre o caixa da companhia (em torno de R$ 100 milhões) para expansão da rede de 64 lojas.

"É um passo importante para a empresa, não só por fortalecer a estrutura de capital da rede, mas por pavimentar o acesso a novas fontes de capital por meio do mercado de títulos de renda fixa", diz Carvalho. As debêntures são lastreadas em garantias de recebíveis e estoques de mercadorias da própria varejista, com prazo de pagamento de três anos. O Citibank é o banco escriturador e o Oliveira Trust DTVM foi nomeado agente fiduciário dos debenturistas.

A Casa & Vídeo Rio de Janeiro foi criada em novembro do ano passado, a partir da aprovação do plano de recuperação judicial da antiga Casa & Vídeo, rede fundada há 22 anos por Luigi Fernando Milone. O ex-controlador chegou a ser preso no início de 2009 durante uma operação da Policia Federal que investigava importação ilegal.

Um fundo de investimentos gerido pelo banco Mellon assumiu 100% da nova empresa, que passou a reunir as 61 lojas do mercado fluminense e a pagar royalties pelo uso do nome à Mobilitá, de Milone. As lojas de Minas Gerais e Espírito Santo ficaram com a antiga Casa & Vídeo, que pertence à Mobilitá, a empresa em recuperação judicial.

A varejista inaugurou três lojas este ano e há outras três unidades previstas para 2010, na capital e no interior do Rio de Janeiro. O plano de expansão prevê a abertura de 20 lojas dentro de dois anos. Bastante assediada, a rede precisa continuar crescendo para se manter atraente a potenciais compradores. Grandes varejistas ficaram interessados na Casa & Vídeo Rio de Janeiro depois da reestruturação. Suas dívidas, de R$ 300 milhões, foram renegociadas para início de pagamento daqui a dois anos. A meta é faturar R$ 1,3 bilhão em 2010.

No competitivo mercado fluminense, onde mantém 64 lojas e um centro de distribuição, a rede já foi alvo este ano do interesse de Pão de Açúcar, Magazine Luiza e Lojas Americanas. Esta última, por sinal, já confirmou publicamente a aproximação.

"Nós estamos analisando o negócio de Casa & Vídeo", disse ao Valor o diretor financeiro e de relações com investidores da Lojas Americanas, Timotheo Barros. "O tamanho da rede deles já é o nosso plano de expansão deste ano", diz Barros que, no entanto, afirma que aquisições não substituem o crescimento orgânico da rede. "Estamos em conversas preliminares", diz. Segundo Barros, o mix da Casa & Vídeo é semelhante ao de Americanas, mas tem peso maior em eletroportáteis.

O mercado do Rio tem sido alvo da investida da vice-líder em eletromóvel, Máquina de Vendas, dona da Ricardo Eletro. Lá está a sede do Ponto Frio, adquirido pelo Pão de Açúcar há pouco mais de um ano. A conquista da Casa & Vídeo daria à Americanas mais fôlego na região. "Poderia acelerar nosso processo de expansão no Rio de Janeiro", afirma Barros.

Autor: Daniele Madureira

Fonte: Valor Econômico (26/07/2010)

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