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Com R$ 2,8 bilhões em dívidas, Tonon pede recuperação judicial

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Dez dias depois de apresentar um prejuízo trimestral de R$ 726,5 milhões, maior que toda a perda acumulada na safra passada, a Tonon Bioenergia entrou com pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira (09). A medida foi informada pela empresa em comunicado a investidores no final da tarde de ontem.

“Após um longo processo de revisão e análise, a administração decidiu entrar com o pedido de recuperação judicial para lidar com as dificuldades financeiras enfrentadas pela companhia desde o começo deste ano principalmente em função dos baixos preços de açúcar e etanol e da significativa desvalorização cambial da moeda brasileira”, diz o documento.

Com sede em Bocaína (SP), a sucroenergética dona de três usinas, também justificou que a deterioração foi agravada pela restrição de crédito e dificuldades que o setor atravessa há bastante tempo.

Em julho deste ano, a companhia obteve a reestruturação de parte expressiva da dívida, além de um novo crédito de US$ 70 milhões, o que adiou o pedido, mas não foi o suficiente para evitar que a empresa buscasse socorro judicial.

O endividamento do grupo soma R$ 2,8 bilhões com empréstimos e financiamentos, conforme informações referentes ao trimestre encerrado em setembro.  Somente no curto prazo os vencimentos são de R$ 268 milhões, 30% deste valor apenas para o pagamento de juros.

A dívida de longo prazo está relacionada principalmente aos papeis renegociados neste ano, com os detentores de US$ 300 milhões em bônus sêniores aderindo à proposta da companhia para converte-los em novos, com mesmo valor e vencimento, mas juros menores que os 9,25% originais.

Se forem considerados também os débitos trabalhistas, com fornecedores e impostos, o valor devido chega a R$ R$ 3,3 bilhões.

Com a recuperação judicial, a Tonon pretende restaurar uma adequada estrutura de capital e preservar a continuidade do negócio. O comunicado afirma que a “companhia não espera interrupção de suas operações”.

As três usinas do grupo, localizadas em Bocaína (SP), Brotas (SP) e Maracaju (MS), possuem uma capacidade de moagem combinada de 8,2 milhões de toneladas por safra. No primeiro semestre desta temporada, as unidades haviam processado 4,9 milhões de toneladas, 7,5% menos do que o registrado no mesmo período do ano passado.

Se a Justiça aceitar o pedido, após a decisão, a companhia terá 60 dias para submeter um plano de recuperação a seus credores e, posteriormente, terá mais 120 dias para discutir e aprovar a proposta.

 

Se a Justiça aceitar o pedido, após a decisão, a companhia terá 60 dias para submeter um plano de recuperação a seus credores e, posteriormente, terá mais 120 dias para discutir e aprovar a proposta.

Autor(a)
Amanda SchArr

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