Cerca de 15 mil pessoas podem acordar no dia 17 de junho proprietárias de uma concessionária de 415 km de rodovias no interior do Estado de São Paulo. A maioria, que comprou debêntures incentivadas da Rodovias do Tietê, sequer desconfia de que essa possibilidade existe. A concessionária está em sérias dificuldades financeiras, com dívida de R$ 1,3 bilhão, e no próximo dia 15 terá que pagar amortização e juros no valor de R$ 100 milhões aos debenturistas. Se não fizer o pagamento ou não conseguir renegociá-lo, os credores poderão executar a dívida, garantida por ações da companhia.
Receber as ações não é o desejo desses credores, pois elas vão perder valor. Dois dos três acionistas do bloco de controle estão em recuperação judicial. As 15 mil pessoas físicas concentram mais de 65% das debêntures, mas quem está em busca de uma solução são cerca de 20 investidores institucionais, entre fundos de pensão, gestoras de recursos e "privates" de bancos, que detêm perto de 35% dos papéis. Esses gestores profissionais estão empenhados em evitar que o caso se transforme em um evento bastante negativo para a credibilidade das debêntures de infraestrutura.
11/06/2019