SÃO PAULO - O presidente do Banco do Brasil (BB), Paulo Caffarelli, afirmou que o crédito deu sinais de recuperação em dezembro. Segundo ele, a média diária de concessões neste mês está 43% superior à de novembro.
"Estou muito feliz com o desempenho do BB neste mês de dezembro. Parece que o Brasil deu uma alavancada", disse Caffarelli em apresentação a analistas e investidores na Apimec.
Ele destacou, porém, que a retomada da economia será lenta após uma crise que já dura 23 trimestres e levou mais de 4 mil empresas a pedir recuperação judicial.
Segundo Caffarelli, a recuperação do crédito será puxada pelo segmento de pessoa física, especialmente em linhas como consignado, e pelas áreas de agronegócio e micro e pequenas empresas.
O executivo acrescentou que as despesas com provisões para devedores duvidosos estão em queda e a inadimplência está caindo, embora possa ter repiques pontuais.
O presidente do BB também destacou o fato de as despesas administrativas e de pessoal terem crescido abaixo da inflação e as receitas com tarifas terem aumentado mais que a inflação nos nove primeiros meses deste ano.
Caffarelli reiterou que esse desempenho será importante para levar a um crescimento de dois dígitos baixos na rentabilidade em 2018.
O BB espera terminar o próximo ano com 3 milhões de clientes digitais, o que significa mais que dobrar a base atual, composta por 1,4 milhão de usuários. Para 2019, a meta é chegar a 5 milhões, disse Marcelo Labuto, vice-presidente de negócios de varejo.
Segundo Labuto, o custo de abertura de uma Conta Fácil é 98% inferior ao de uma conta convencional e o índice de satisfação dos clientes digitais é 15% ao superior ao daqueles que abriram conta pelo modelo tradicional.
ADRs
Caffarelli afirmou que a instituição mantém os planos de lançar ADRs de nível 2 em Nova York, mas espera o melhor momento para isso.
"Temos todo um processo que já foi iniciado. No momento oportuno, se achar que é o caso, a gente vai dar sequência definitiva a esse processo."
O vice-presidente de gestão financeira, Bernardo Rothe, afirmou que a instituição continua se preparando para cumprir a legislação americana. "É um processo contínuo, a gente está se ajustando, mas aguardamos o melhor momento."
Mercado
O mercado de crédito deve registrar um crescimento de 6% no ano que vem e entre 7% e 8% em 2019, afirmou Caffarelli.
O banco público projeta uma expansão de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e uma alta maior em 2018. “O mais importante é mostrar a consistência desse crescimento”, disse.