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Credor da Schahin suspende assembleia até 17 de fevereiro

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Os credores da Schahin, empresa de e engenharia, infraestrutura e petróleo e gás, suspenderam ontem a assembleia para debater o plano de recuperação judicial do grupo. A nova assembleia ocorrerá no dia 17 de fevereiro.

A maioria optou por postergar a votação devido a mudanças feitas no escopo do plano após decisões administrativas e judiciais, sendo a principal delas a transferência dos dois maiores credores da chamada classe dos quirografários (que não possuem direito real de garantia) para a dos titulares de créditos com garantia real. São eles o banco japonês Mizuho, com US$ 460 milhões a receber (que cedeu créditos a instituições financeiras), e o Tranche A (um sindicato de bancos brasileiros), com cerca de US$ 350 milhões.

A Schahin pediu recuperação judicial em abril de 2015, depois que sua situação financeira se deteriorou ao ser envolvida na Lava-Jato. A empresa e seus sócios são investigados por suspeita de lavagem de dinheiro, fraude à licitação e crime contra a ordem tributária envolvendo a contratação supostamente fraudulenta do navio-sonda Vitória 10.000, afretado da Petrobras sem licitação.

O plano inclui 13 empresas do grupo com dívida total de R$ 5,1 bilhões, em valores de terça-feira - muitos créditos são em moeda estrangeira e serão convertidos em reais quando o acordo for homologado. São mais de 3 mil credores, a maioria trabalhadores. A companhia chegou a ter mais de 10 mil funcionários, hoje são 500.

Os credores trabalhistas (classe I) têm R$ 51 milhões a receber; os com garantia real (classe II), R$ 3,38 bilhões; os quirografários (classe III), R$ 1,68 bilhão; e as pequenas empresas (classe IV), outros R$ 27 milhões.

O plano de recuperação está lastreado no fluxo de caixa da única operação do grupo, o Vitória 10.000, para exploração de petróleo. A projeção de pagamento aos credores leva em conta que o contrato com a Petrobras, que expira em 2020, seja renovado até 2030.

A advogada Erika Sacramento, da Petrobras, pediu para que constasse da ata que tal premissa não é certa. "Pode ou não acontecer. É importante que isso conste do plano de recuperação, porque, da forma como foi colocado, está como fluxo de caixa certo", disse.

Representantes de credores questionaram se a Schahin tinha um plano B caso a renovação naufrague. Os advogados da empresa nesse processo disseram que não. Essa é segunda tentativa de aprovar o plano. Na primeira, há uma semana, não houve quórum.

Autor(a)
Fernanda Pires

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