Os principais credores da Oi resolveram se alinhar à empresa para uma busca futura de comprador. A estratégia inicial de parte dos bondholders era vender suas participações em conjunto e independente da administração da operadora assim que a conversão da dívida ocorresse, o que está previsto até julho. Por isso, há um mês os bancos tentavam assegurar com os credores um mandato para a venda.
Segundo dois bancos, credores como Golden Tree e Solus tinham sinalizado inicialmente essa estratégia de saída. "Isso mudou. Nada vai acontecer nos próximos dois meses", diz o diretor de um banco de investimento. Golden Tree e Solus devem ficar com cerca de 30% da companhia após a conversão.
"Estamos focados na implementação do plano de recuperação, que inclui uma nova governança e um novo conselho de administração na companhia quando houver a conversão", afirma um credor. "Uma possível consolidação é tema secundário hoje. Vamos aguardar a PL 79, que vinha andando bem no Senado." Ele se refere ao Projeto de Lei 79/2016, que muda o regime de concessão de serviços de telecomunicações para autorização e altera obrigações relacionadas à telefonia fixa.
Segundo o advogado de outro credor, não há pressa para definir um novo controlador. "Os credores estão mais pacientes em relação à reestruturação e consideram 2019 um bom prazo", diz.
Os principais interessados na aquisição da Oi, até o início do ano, eram a gestora de private equity TPG e a operadora de telefonia China Telecom, em conjunto. Mas a TPG perdeu o interesse. Conforme uma fonte, a TPG considera difícil definir a necessidade exata de investimento que a empresa demandará. "A TPG tem uma probabilidade mínima de voltar às conversas, mas a operadora chinesa pode voltar à mesa de negociação sem o fundo", diz.
30/05/2018