As consequências do cenário econômico desfavorável estão cada dias mais claros nos números gerados pelo setor produtivo. Em Minas Gerais, apenas no mês de janeiro de 2016, 1.144 empresas foram fechadas, gerando um saldo negativo de 87 organizações a menos no Estado, segundo dados da Junta Comercial de Minas Gerais (Jucemg). No mesmo mês de 2015, esse saldo foi positivo em 424 empresas.
Junto com o fechamento das empresas, chega o crescimento do desemprego. Segundo o gerente de estudos econômicos da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Guilherme Leão, a indústria brasileira perdeu 1 milhão de empregos com carteira assinada em 2015 na comparação com o ano anterior. Segundo dados do Caged, o total de desempregados no Brasil mais do que triplicou nos dois primeiros meses do ano, passando de 48 mil para 204 mil. Em Minas Gerais, mais do que dobrou, de 8.661 para 19.636. “Um salto absurdo no desemprego”, diz Leão. O gerente ainda salienta o crescimento das recuperações judiciais no Brasil, que cresceu 55,6% em 2015 na comparação com o ano anterior. “A recuperação judicial é um mecanismo para a empresa tentar sair da crise. Como fazer isso com um cenário de incerteza como o atual? A possibilidade de essas empresas irem da recuperação judicial para a falência é grande”, avalia o gerente de política econômica da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Flávio Castello Branco.
A crise que paralisa a economia brasileira deixa um rastro de empresas desativadas. Só no Estado de São Paulo, 4.451 indústrias de transformação fecharam as portas no ano passado, número 24% superior ao de 2014, quando 3.584 fabricantes deixaram de operar, segundo a Junta Comercial local. O quadro se estende por todo o país, formando um cemitério de fábricas de variados setores, muitas delas fechadas definitivamente, algumas em busca de alternativas para voltar a operar e outras à espera de compradores. Muitos trabalhadores demitidos não receberam salários e rescisões.