Crise no setor de veículos dispara ações de 'concordata'
Por Eduardo Laguna
A cada mês, quase duas fabricantes de autopeças, em média, são obrigadas a recorrer à Justiça na tentativa de escapar da falência por meio de recuperação judicial. De março do ano passado a fevereiro deste ano, 22 empresas do setor perseguiram esse caminho, ainda que nem sempre os requerimentos sejam aceitos pelos juízes.
Nos dois anos anteriores, entre 2013 e 2014, 27 companhias fizeram o mesmo, o que significa 49 fornecedores de peças em pouco mais de três anos, de acordo com a Serasa Experian. É uma lista que cresce à medida que a crise das montadoras - para onde vão dois terços da produção de autopeças - aumenta.
Desde 2013, quando o mercado automobilístico inverteu a curva após nove anos de crescimento, 24 empresas do setor esgotaram todas as alternativas e tiveram a falência decretada pela Justiça.
De um ritmo anual de cinco a seis companhias, o número de recuperações judiciais pedidas por fabricantes de autopeças chegou a 11 empresas em 2013, saltando depois para 16 em 2014 e 15 em 2015. Os primeiros números de 2016 mostram que este ano deve marcar um novo pico na estatística. No primeiro bimestre já foram sete empresas.