Em 2016 o número de falências decretadas, em Mato Grosso, triplicou, passou de nove para 28, na comparação com o registrado pela Serasa Experian. Conforme dados regionalizados divulgados ontem, as falências decretadas somaram 15 em 2014. O quadro recessivo da economia brasileira no último ano prejudicou a entrada de recursos no caixa das empresas, que também se depararam com o crédito mais caro, dificultando o financiamento e renegociação das dívidas.
Como explicam os economistas da Serasa Experian, o mesmo cenário econômico que dificulta o acesso do consumidor à reorganização financeira é o mesmo que impediu esses empresários de oxigenar seus negócios e assim evitar o encerramento das atividades. “Assim, houve deterioração da saúde financeira das companhias, ocasionando patamar recorde dos pedidos de recuperações judiciais, no caso do país, e por fim, o estágio final, que são as falências”.
Em Cuiabá, por exemplo, conforme apontam entidades que representam o comércio varejista, muitas lojas do comércio fecharam as portas e em um momento diferente do que se via na Capital e em Várzea Grande, houve inclusive, o fechamento de postos de gasolina, estabelecimentos que geralmente são passados de um proprietário para o outro.
Entre os novos pedidos de falências, em 2016 foram requeridos cinco, contra sete em 2015.
Já os pedidos de Recuperação Judicial, a Serasa contabilizou 93 ao longo do ano em todo o Estado, contra 155 em igual acumulado de 2015. Já os pedidos de Recuperação Judicial deferidos pela Justiça somaram no ano passado 89, contra 142 em 2015.
Ainda conforme dados da Serasa, no último bimestre de 2016, Mato Grosso não registrou nenhum pedido de falência. No entanto, em novembro, cinco empresas tiveram a falência decretada, outras oito pediram à Justiça Recuperação Judicial – em dezembro de 2015 foram 19 -, e outras oito tiveram o pedido de recuperação deferido, ante dez deferimentos em igual mês de 2015.
BRASIL – O número de recuperações judiciais no ano passado foi o maior em uma década, batendo recorde, de acordo com pesquisa divulgada ontem, pela Serasa Experian. Em 2016, foram registrados 1.863 requerimentos, o maior volume desde 2006, após a entrada em vigor da Nova Lei de Falências.
O número de pedidos de recuperação judicial em 2016 também foi 44,8% maior do que em 2015, quando foram registradas 1.287 ocorrências, e 125% superior a 2014, com 828 demandas.
As micro e pequenas empresas lideraram os requerimentos de recuperação judicial de 2016, com 1.134 demandas, seguidas pelas médias, com 470, e grandes empresas, com 259.
Em 2016 foram realizados 1.852 pedidos de falência em todo o País, um aumento de 3,9% em relação aos 1.783 requerimentos efetuados em 2015. Foi a maior quantidade destas ocorrências dos últimos quatro anos (1.852 em 2016; 1.783 em 2015; 1.661 em 2014 e 1.758 em 2013).