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Devendo R$ 543 mi, construtora de estádio e VLT de Cuiabá beira falência e atrasa obras

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A obra da Arena Pantanal está ameaçada por uma crise financeira. A Santa Bárbara Engenharia, uma das responsáveis pela construção do estádio de Cuiabá para a Copa do Mundo de 2014, está próxima da falência e já entrou com pedido de recuperação judicial, pondo em risco a preparação da capital de Mato Grosso para o Mundial.

Com dívidas de pelo menos R$ 543 milhões, a construtora entrou no fim de 2012 com um processo para sua recuperação na Justiça. A medida é uma das últimas alternativas para que a companhia, com credores em vários locais, inclusive em Mato Grosso, ganhe sobrevida para tentar reverter o quadro que pode culminar na sua liquidação. Com o pedido de recuperação, a empresa dá sua última cartada antes da bancarrota, apresentando a seus credores um plano de quitação dos débitos.

Mesmo em crise já há alguns anos, a Santa Bárbara ganhou o direito de construir a Arena Pantanal em licitação do governo estadual. Junto com a Mendes Júnior, a empresa toca a obra do estádio há quase três anos, com vários atrasos. Depois disso, também integrou o consórcio que sagrou-se vencedor para planejar e construir o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) da capital de Mato Grosso, atualmente orçado em cerca de R$ 1,5 bilhão, a obra mais cara em operação no Estado;

A Arena Pantanal começou a ser construída em maio de 2010 - a primeira entre todas as 12 que serão usadas na Copa do Mundo. A previsão inicial era que ela estivesse concluída em dezembro de 2012. Não ocorreu.

Em julho de 2012, o estádio tinha 46% de suas obras concluídas. Naquele mês, o governo de Mato Grosso assinou um aditivo ao contrato e estendeu o prazo de entrega até outubro deste ano.

Considerando esse novo prazo e as execuções financeiras do contrato, o TCE-MT (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso) divulgou um relatório sobre o andamento da obra na arena. No início de 2013, ela estava 60 dias atrasada.

"É preocupante", afirmou ao UOL Esporte Antônio Joaquim, conselheiro do TCE-MT e chefe da fiscalização das obras da Copa em Mato Grosso. "O estádio está em obras há mais de 30 meses. Para cumprir o prazo, o ritmo da construção precisa ser multiplicado por três."

 

Pagamentos adiantados e bloqueados

Apesar das obras na arena estarem atrasadas, a Santa Bárbara e a Mendes Júnior receberam pagamentos antecipados do governo de Mato Grosso, ainda segundo o TCE-MT. Antônio Joaquim disse que o governo repassou R$ 35 milhões ao consórcio para pagar estruturas metálicas que ainda não haviam sido formalmente adquiridas.

 

A NATUREZA DAS DÍVIDAS DA SANTA BÁRBARA ENGENHARIA

Trabalhistas Impostos Bancárias Comuns* Total
R$ 6 milhões R$ 45 milhões R$ 221 milhões R$ 270 milhões R$ 543 milhões

 

  • * Dívidas com fornecedores e prestadores de serviço. Fonte: Santa Bárbara

O mesmo governo, porém, já fora obrigado a bloquear pagamentos a Santa Bárbara justamente por causa das dívidas da companhia. Por duas vezes, a Justiça já determinou que repasses à empresa fossem retidos para pagamentos de credores.

Um desses credores é a empresa Topázio Inspeções, que prestou serviços à Santa Bárbara em uma obra no Rio de Janeiro. A advogada da empresa, Carolina Teixeira Soares, alega que a Topázio tem cerca de R$ 600 mil a receber da Santa Bárbara.

Esse valor ainda está sendo discutido na Justiça, mas uma ordem judicial já determinou que o governo de Mato Grosso retivesse R$ 1,2 milhão que seriam repassados à Santa Bárbara para a construção do estádio para que o dinheiro ficasse reservado para o pagamento das dívidas com a Topázio.

"A situação da Santa Bárbara é crítica. Como a empresa tem contratos grandes em Mato Grosso, todos os credores querem bloquear essa verba", disse Carolina.

 

Autor: Vinicius Konchinski

Fonte: http://copadomundo.uol.com.br (08/02/2013)

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