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Em recuperação judicial, Oi prevê R$ 4 bilhões em investimentos de credores até dezembro

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A operadora de telefonia Oi, em recuperação judicial, espera receber R$ 4 bilhões em investimentos de credores até dezembro deste ano. A empresa anunciou, durante convenção de vendas em Campinas (SP), aposta em produtos e em oferta de internet para buscar capitalizar mais clientes e cumprir o plano de recuperação. A Oi tem, atualmente, 59 milhões de clientes.

Segundo a direção comercial da companhia, esse valor está garantido mediante assinatura de acordo com credores quando o plano de recuperação foi aprovado, em dezembro de 2017, e o montante pode ser maior, mas não menor. O processo da Oi envolve uma dívida de R$ 49,4 bilhões e é o maior da história da América Latina.

O prazo para o aumento de capital previsto no plano era de fevereiro de 2019, mas a Oi afirma que foi antecipado. Também este ano, até junho, os credores poderão trocar dívidas por ações, processo também previsto na recuperação.

Na última sexta-feira (13), a companhia divulgou que o prejuízo líquido foi de R$ 6,656 bilhões, queda de 18,9% ante prejuízo de R$ 8,206 bilhões em 2016.

Segundo o diretor comercial, Bernardo Winik, a média de investimento atual é de R$ 5,5 bilhões por ano. Diante disso, ele afirmou que não há previsão de vender parte da empresa. Após o aporte esperado para dezembro, a Oi passa a ter investimento de R$ 7 bilhões por ano nos três anos seguintes.

"Significa R$ 1,5 bilhão a mais por ano, após o aporte. Isso não quer dizer que a companhia está esperando o aporte de capital acontecer para fazer seus investimentos. A gente inclusive está conversando com fornecedores para antecipar várias ações para, depois que acontecer o aporte, a gente acertar essas contas pra frente", afirma Winik.

Busca por fidelização de clientes

A principal aposta da empresa é em digitalização dos serviços e expansão da banda 4G para 4,5 G ainda este ano em 26 localidades - sendo 11 cidades (Salvador, Fortaleza, São Luis, recife, natal, João Pessoa, Palmas, Belém, Ipatinga, Calcaia e Campina Grande) e áreas metropolitanas, sendo bairros e distritos desses municípios.

"A gente vai concluir esse projeto até o final do ano. Até julho, Fortaleza e a Grande Fortaleza estarão 100% entregues e Salvador e Grande Salvador também", garante o diretor comercial.

Após perda de clientes do plano pré-pago por conta da situação econômica do país, justificou a empresa, os investimentos se concentram nos pacotes pós-pagos, com oferta de conteúdo em vídeo on demand para celular, tablet, televisão e computador, por exemplo, a partir desta quarta-feira (18) visando o potencial de vendas do Dia das Mães, data importante para o comércio de diversos setores.

A empresa também investe em planos ilimitados para ligações com outras operadoras, com possibilidade de compartilhamento de dados de internet entre titular e dependentes e de transformação de minutos para ligações em internet dentro do pacote.

Para tanto, prevê aumento de equipes no setor corporativo, mas não pensa em mudanças no varejo. Em 2017 o crescimento no pós-pago foi de 13% e a empresa registrou queda de reclamações de clientes na Anatel, informou o diretor.

Prejuízo

A Oi registrou um prejuízo líquido consolidado de R$ 3,916 bi bilhões no quarto trimestre de 2017, ante prejuízo de R$ 4,808 bilhões no mesmo período de 2016, informou a empresa em recuperação judicial no dia 13 de abril. No 3º trimestre, a Oi tinha registrado lucro líquido de R$502 milhões.

No balanço, a empresa destacou que a aprovação do plano de recuperação judicial "por ampla maioria dos credores" vai permitir redução da dívida em mais de R$ 35 bilhões, "viabilizando a retomada do ciclo de investimentos".

Recuperação judicial

Em dezembro, os credores da Oi aprovaram a troca de dívida por ações para retirar a companhia da recuperação judicial, após uma confusa disputa de 18 meses entre detendores de bônus e acionistas.

O novo plano foi protocolado no dia 12 de dezembro na 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro e trouxe termos mais favoráveis para os credores. Pela nova proposta, os bondholders – credores de uma dívida de R$ 32,2 bilhões - assumirão o controle da operadora, com uma participação que poderá chegar a até 75% após a conclusão de todas as etapas e capitalização prevista.

A versão anterior do documento, preparada antes do empresário Nelson Tanure e o acionista português Pharol serem barrados pelo juiz da recuperação da empresa de participarem de sua elaboração, limitava a troca de dívida a 25%.

O número também é menor que os 88% que pedia proposta alternativa apresentada anteriormente pelos grupos de credores assessorados por Moelis, G5 Evercore e FTI Consulting (que informam deter R$ 22 bilhões dos créditos da dívida da Oi).

17/04/2018

 

Autor(a)
Patrícia Teixeira

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