A entidade tributária do Peru, Superintendencia Nacional de Administración Tributaria y Aduanas (Sunat), determinou o bloqueio de cerca de 200 milhões de soles peruanos (US$ 62 milhões) de bens de oito empresas investigadas pela Operação Lava-Jato. A informação foi dada pela publicação Ojo Publico.
Segundo o site de jornalismo investigativo peruano, o montante é de propriedades e contas bancárias das empreiteiras e cerca de US$ 46 milhões dizem respeito apenas à Odebrecht, que já é alvo de investigações conduzidas por outros órgãos peruanos como o Ministério Público e a procuradoria anticorrupção, que ainda não conseguiram tomar medidas restritivas contra a empresa no Peru.
As outras empreiteiras afetadas pelo embargo seriam OAS e Queiroz Galvão, conforme informações do site espanhol "El País".
A decisão teve como base a legislação que diz que esse tipo de ação pode ser tomada quando o devedor dá indícios de que pode esconder seus ativos, dentre outras práticas irregulares. Segundo o Ojo Publico, a Odebrecht pode ser considerada um dos grandes contribuintes do país.
A empresa passou a ter problemas no Peru depois de ter fechado acordo com as autoridades no Brasil, Estados Unidos e Suíça, que resultou na publicação de relatório em que a empreiteira admitia o pagamento de propina em diversos países da América Latina, incluindo o Peru. Desde então, o país tem se manifestado contra empresas envolvidas na Lava-Jato e o presidente peruano chegou a afirmar que a Odebrecht deveria vender os ativos e deixar o país.
Procuradas pelo Valor, a OAS informou não ter sido notificada do bloqueio e a Queiroz Galvão disse que não comentaria as informações. A Odebrecht reiterou que vem cooperando com autoridades brasileiras e estrangeiras para o avanço das investigações em curso e que vem adotando medidas para aprimorar seu compromisso com práticas empresariais éticas e com a transparência de suas ações.