A empresa espanhola Abengoa chegou ao Brasil no fim da dcada de 1990, com a promessa de revolucionar o setor energtico, mas o que se v hoje uma companhia de joelhos, que ameaa a Hidreltrica de Belo Monte, projetos elicos e solares e o caixa de Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES). Alm de dar o calote em fornecedores e demitir milhares de funcionrios, a Abengoa paralisou as obras de transmisso de energia em 2015 e pediu recuperao judicial em 26 de fevereiro deste ano. Agora, tem menos de 50 dias para definir um plano de ao capaz de recoloc-la em p.
O mercado, no entanto, no acredita no milagre e busca solues alternativas. At porque, das quatro linhas de transmisso sob responsabilidade da Abengoa que comprometem as operaes de Belo Monte, uma tem apenas 20% das obras realizadas. Em outra, o avano ainda menor, de 4%, e absolutamente nada foi feito nas demais.
“A Abengoa tem 16 contratos de concesso de servio pblico de energia. A paralisao das obras no Brasil gerou impacto significativo no processo de expanso do setor eltrico, uma vez que esses contratos totalizam mais de 5 mil quilmetros de linhas de transmisso, que escoariam a energia de diversos parques elicos, solares e, principalmente, de Belo Monte”, ressalta a Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel).
Credor
No Brasil, a companhia tem R$ 3,1 bilhes em dvidas e o maior credor o BNDES, com crdito no valor de R$ 1,7 bilho. O mercado especula que R$ 600 milhes foram desembolsados pelo banco entre junho e dezembro de 2015, quando as subsidirias brasileiras j estavam em situao pr-falimentar e o grupo controlador, em recuperao judicial na Espanha. A instituio nega.
“Em transmisso, o primeiro contrato foi assinado em 2009 e o ltimo, em 2012; em biocombustveis, em 2010. Os desembolsos ocorreram ao longo desse perodo. Os recursos so liberados conforme o cronograma das obras. A liberao feita mediante comprovao dos investimentos realizados e apresentao de nota fiscal”, explica o banco, em nota