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Empresa de telecomunicações de Mauá em recuperação judicial deixa de pagar rescisão de funcionários

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A unidade mauaense da empresa Daruma Telecomunicações não depositou as verbas rescisórias de trabalhadores dispensados desde o início do ano. Ao todo, 37 dos 370 funcionários foram desligados e não receberam seus direitos, de acordo com o Sintetel (Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações). A entidade informa ainda que alguns profissionais demitidos há mais de um ano também sofrem com a falta de pagamento.

“Ela (a empresa) propôs ao sindicato o parcelamento das quantias, mas nós não aceitamos. O trabalhador não tem nada a ver com a insolvência da empresa”, afirma o vice-presidente do Sintetel, Mauro Cava de Britto, ao lembrar que a companhia passa por processo de recuperação judicial iniciado em dezembro de 2016.

Ainda segundo o sindicalista, as demissões resultam de crise em uma das principais atividades da empresa, o reparo de orelhões. “A Daruma presta serviços de manutenção em telefones públicos para a Telefônica, porém, com o desaparecimento deste meio de comunicação, a demanda de serviço caiu drasticamente”, avalia.

Demitido no dia 15 de setembro, ex-funcionário que prefere não se identificar conta que a entidade não depositou os valores do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) nem da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) nos últimos anos. “Alguns colegas demitidos conseguiram receber os valores, em prazo de dois meses, mas só quando acionaram a Justiça. A Telefônica não deveria contratar uma empresa como esta”, desabafa.

Britto destaca que há ações coletivas do sindicato contra a companhia e, em alguns casos, os ex-funcionários optaram por acionar o Judiciário individualmente. “Os valores têm que ser pagos. É um direito do trabalhador”, completa.

Reunião entre a Daruma e o Sintetel acontecerá hoje à tarde com o objetivo de negociar a condição dos ex-funcionários. O sindicato explica já ter informado a Telefônica sobre a situação, e diz que está tentando agendar encontro entre as três partes para possível acordo.

Em nota, a Daruma Telecomunicações não comentou o caso e garantiu estar “se esforçando para manter o máximo de estrutura possível, seja de origem humana, que consideramos nosso bem mais valioso, ou material”. Já a Telefônica informou “que monitora aspectos trabalhistas e operacionais de suas prestadoras de serviços”, sem entrar no assunto questionado. 

03/10/2017

Autor(a)
Flavia Kurotori

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