Nova York, 29 abr (EFE).- A companhia energética americana Energy Future declarou moratória nesta terça-feira perante um tribunal de falências de Delaware para tentar reestruturar sua dívida de US$40 bilhões.
Após meses de negociações com seus credores, a empresa de Dallas (Texas) acolheu nesta terça-feira ao Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos, se tornando uma das maiores quebras da história.
A Energy Future continuará operando com normalidade durante seu processo de reestruturação, e anunciou um plano que prevê separar sua filial Texas Competitive Electric, que passará para as mãos de alguns de seus principais credores em troca de US$23 bilhões.
'Com este plano de reestruturação, sentamos as bases para uma estruturação de capital sustentável que nos situe em uma posição inclusive mais sólida a longo prazo', disse em comunicado o presidente e executivo-chefe da empresa, John Young.
Os preparativos para a falência da Energy Future incluíram a negociação de mais de US$11 bilhões em empréstimos para garantir que possa seguir com suas operações durante o processo, conforme detalhou o jornal 'The Wall Street Journal'.
A empresa surgiu em 2007 quando um grupo de investidores privados comprou a elétrica texana TXU em uma operação de US$45 bilhões, convertendo-se então na maior 'compra alavancada' na história empresarial dos Estados Unidos.
Uma compra alavancada ou 'buyout', como é conhecida em Inglês, acontece quando um grupo de investidores, normalmente fundos de capital privado, toma 100% de uma empresa, o que implica sua saída da bolsa.
Desde então, a empresa ficou nas mãos de dois dos maiores fundos de capital privado do mundo, Kohlberg Kravis Roberts (KKR) e Texas Pacific Group (TPG), junto ao fundo do banco de investimento Goldman Sachs.
A Energy Future é a última empresa do setor que se vê obrigada a acolher à lei de falência nos Estados Unidos, depois que em fevereiro deste ano a companhia Optim Energy, também com sede no Texas, declarou quebra.
A falência de Lehman Brothers em 2008 continua sendo a maior da história, com ativos de US$691 bilhões. Já a maior do setor energético foi a do grupo Enron em 2001, com US$65,5 bilhões.