Os advogados da Agrenco Limited, com sede nas Bermudas, informaram ontem que o estatuto da empresa prevê que a destituição de membros de seu conselho de administração só poderá acontecer se aprovada por dois terços dos acionistas da companhia e não por maioria simples.
Está marcada para o dia 20 uma assembleia para destituir o conselho da Limited, a pedido da Agrenco Holding, com sede na Holanda, e que possui 47,91% da empresa. Com essa participação, a holding poderia aprovar a mudança no conselho por maioria simples. No entanto, diante da necessidade de dois terços, a aprovação da mudança não está garantida.
A Agrenco Holding tem como principais acionistas três executivos da Agrenco que foram presos em junho de 2008 na Operação Influenza, da Polícia Federal, sob acusação de crimes de sonegação fiscal a fraude de balanço. São eles o fundador da Agrenco, Antonio Iafelice, que possui 32,58% das ações da holding; Antônio Augusto Pires Júnior, com 6,96%; e Francisco Ramos, 21,39%.
A holding quer destituir o conselho por discordar da presença no conselho de executivos da Íntegra, consultoria que fez o plano de recuperação judicial das unidades no Brasil. A destituição no conselho, em princípio, desagradaria os credores da companhia. E qualquer mudança no processo poderia levá-los a pedir a falência da Agrenco no Brasil.
Autor: Ana Paula Ragazzi
Fonte: Valor Econômico (02/09/2010)