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Estúdio MGM pede concordata nos EUA

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Afundada em dívidas, empresa vinha tentando se fundir com a rival Lions Gate

NOVA YORK - O lendário estúdio cinematográfico Metro-Goldwyn-Mayer pediu concordata ontem, seguindo um plano que colocará um dos mais tradicionais ícones de Hollywood sob controle de seus principais credores.

O pedido segue as regras do Capítulo 11 da Lei de Falências americana e só foi possível graças à decisão dos credores em apoiar uma recuperação da empresa sob a batuta dos executivos Gary Barber e Roger Birnbaum, da produtora Spyglass Entertainment.

A Metro concordou também com as condições propostas por Carl Icahn, um dos principais detentores de sua dívida, para conquistar o apoio do bilionário ao plano de reestruturação. Antes, Icahn preferia uma proposta rival, que previa a fusão da MGM com outro estúdio, o Lions Gate - empresa independente que obteve sucesso com filmes de prestígio, como Preciosa, e boas bilheterias comerciais, como a série de horror Jogos Mortais.

A concordata da MGM permitirá que credores como o Credit Suisse e o JP Morgan troquem mais de US$ 4 bilhões da dívida da MGM pela maior parte da participação patrimonial numa empresa reorganizada.

Capital novo. Stephen Cooper, codiretor executivo da MGM, disse em pronunciamento que a reorganização vai melhorar a situação financeira da empresa ao "reduzir drasticamente" o endividamento e proporcionar acesso a novo capital. A administração tem a meta de captar US$ 500 milhões em recursos para novas produções em cinema e TV. A MGM disse esperar que a decisão de um tribunal federal de falências relativa à reestruturação da empresa seja proferida em cerca de 30 dias.

Desde 2005, quando a empresa foi comprada por um grupo de fundos de private equity e pela rival Sony por US$ 2,85 bilhões, a situação financeira da MGM foi se deteriorando. A empresa também é dona da marca United Artists, sob a qual são produzidas os filmes do agente 007.

Nos últimos cinco anos, o estúdio tentou se reinventar de várias formas: buscou ressuscitar velhas franquias, como A Pantera Cor-de-Rosa, distribuiu filmes de orçamento médio em parceria com a The Weinstein Co. e promoveu refilmagens de sucessos antigos, como Fama. Entretanto, apenas a aposta nos filmes de James Bond, com Daniel Craig no papel central, revelou-se lucrativa. Neste ano, o único filme lançado pela MGM nos EUA foi a comédia A Ressaca, com John Cusack, que teve performance razoável, arrecadando US$ 50 milhões para um custo de US$ 36 milhões.

O portfólio de projetos futuros da empresa inclui, entretanto, O Hobbit, que será dirigido pelo vencedor do Oscar Peter Jackson, o mesmo da trilogia O Senhor dos Anéis, também baseada na obra de J.R.R. Tolkien. Em Hollywood, o envolvimento de Birnbaum e Barber, que produziram vários sucessos recentes para a Spyglass - entre eles Vestida para Casar, com Katherine Heigl, e O Procurado, com Angelina Jolie e Morgan Freeman -, é visto como fundamental para a continuidade do envolvimento da Metro em seu mais ambicioso projeto dos últimos anos.

Ao apostar na dupla de produtores, Carl Icahn acabou processado pela Lions Gate, sob a alegação de que ele teria interferido na tentativa do estúdio em promover uma fusão com a MGM. Ao optar pelos donos da Spyglass, Icahn exigiu também uma série de mudanças corporativas na Metro.

Autor:

Fonte: http://economia.estadao.com.br (04/11/2010)

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