Investing.com - A Eternit divulgou fato relevante comunicado a seus acionistas, e ao mercado, que recebeu no último dia 30 um ofício da Superintendência de Acompanhamento de Empresas e Ofertas de Valores Mobiliários de Renda Variável da B3, informando que, no período de 16/03/2018 à 27/04/2018, as ações de emissão da companhia permaneceram cotadas abaixo de R$ 1,00 por unidade, o que obriga à necessidade de grupamento dos papéis.
As ações (SA:ETER3) da companhia operam estáveis a R$ 0,69
Diante do fato, a Eternit informou que será realizada no dia 24 de maio uma reunião do Conselho de Administração para aprovar o fator de grupamento de suas ações, adequando o valor unitário para, pelo menos o mínimo exigido.
A reunião vai deliberar também sobre a data da Assembleia Geral Extraordinária, que deliberará sobre o grupamento das ações, o formato de como serão processadas as sobras e a adequação do Estatuto Social, refletindo a modificação imposta.
O objetivo com a operação de grupamento é conferir um melhor patamar para a cotação das ações de emissão da companhia, em linha com as regras de registro da B3.
No dia 27, a Eternit divulgou o resultado do quarto trimestre de 2017. No acumulado do último ano, a companhia amargou prejuízo de R$ 276,3 milhões, sete vezes superior aos R$ 37,6 milhões negativos em 2016. Os números foram publicados com um mês de atraso ao limite estabelecido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A receita líquida da companhia também foi fraca, na visão da Coinvalores, perdendo 13,4% nos três últimos meses do ano e o Ebitda e lucro líquido no negativo. Por conta disso, e do momento vivido pela Eternit com a proibição do uso do amianto, a corretora não recomenda o posicionamento no ativo, uma vez que os riscos são maiores que o potencial retorno.
Recuperação Judicial
A produtora de material para construção e suas controladas, com dívidas de cerca de 229 milhões de reais, entraram com pedido recuperação judicial em São Paulo, anunciou o grupo em fato relevante divulgado no dia 20 de março.
O Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu no fim de novembro a extração, industrialização e comercialização do amianto variedade crisotila, produto largamente utilizado no país na fabricação de telhas e caixas d'água, considerado nocivo à saúde humana.
Com isso, a Eternit suspendeu temporariamente as atividades da Mineradora Associados (Sama), que produz fibras de amianto crisotila, e da fabricante de fibrocimentos em Goiás, retomadas posteriormente até que o acórdão da decisão do SFT seja publicada
No pedido de recuperação judicial, a Eternit disse que 25 por cento da receita do grupo é proveniente do uso do amianto, isto é da, da extração e comercialização de crisotila, bem como da produção e comercialização de produtos que contêm amianto.
A empresa também citou a persistente deterioração dos fundamentos da economia que afetaram "drasticamente os setores de construção civil e louças sanitárias, justamente os mercados atendidos pelo Grupo Eternit".
17/05/2018