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Ex-CEO do Fleury vai comandar Saraiva

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Após 20 anos sem ocupar uma função de comando no varejo, o executivo Luis Mario Bilenky foi eleito o novo presidente da Saraiva. Ontem foi o primeiro dia do executivo no cargo. A última posição de Bilenky no setor foi como CEO da Fotoptica (marca que não existe há mais de uma década) de 1997 a 2000. Com isso, Jorge Saraiva Neto, bisneto do fundador, deixa o cargo, mas continua na função de presidente do conselho de administração, cadeira ocupada por ele há algumas semanas. 
A entrada de um novo CEO foi uma exigência dos credores - especialmente das editoras de livros - para a aprovação do plano de recuperação judicial da empresa, e com isso evitar a decretação de sua falência, segundo fonte. Havia quatro nomes possíveis para o cargo de CEO, e os credores tiveram poder de veto nessa lista de indicados. A escolha por Bilenky, teve o apoio decisivo da família controladora, com três das cinco cadeiras do conselho. 
A Saraiva já tentou profissionalizar seu comando, mas a família acabou voltando para a operação. Entre 2013 e 2014, o executivo Michel Levy dividiu a liderança da rede com Saraiva Neto, mas a tentativa não avançou como o esperado, disse uma fonte na época. 
Bilenky esteve à frente, há algumas décadas, de duas varejistas que não operam mais com suas marcas no Brasil. Além de CEO da Fotoptica (hoje, GrandVision by Fototica), ele foi presidente da Blockbuster de 1994 a 1997. Depois, o executivo foi, por menos de seis meses, CEO do Salomão & Zoppi e diretor do Fleury por menos de um ano. Hoje, é presidente de um hospital em Minas Gerais, o Lifecenter. 
No momento, para o avanço do processo de reestruturação da rede é preciso concluir uma oferta de ações de cerca de R$ 36 milhões, definida no plano de recuperação. 
Inicialmente, o aumento de capital teve pouca adesão. Segundo comunicado no dia 30 de dezembro, após fechamento do período de preferência para subscrição, o valor do aumento correspondeu a cerca de 31% da operação. A oferta total atingiria cerca de R$ 36 milhões se chegasse a 100%, mas foi de R$ 11,3 milhões. A dívida da Saraiva é de R$ 675 milhões. 
As sobras foram oferecidas para rateio entre aqueles que pediram reserva de 3 a 10 de janeiro. Dados da conclusão das ofertas devem ser divulgados nos próximos dias. 
Outra rede de livraria em recuperação judicial, a Cultura, teve seu plano aprovado com a manutenção da família Herz no comando. O Valor apurou que houve um movimento de credores para discutir a saída da família antes da aprovação do plano, em 2019, mas a discussão não avançou entre credores. 

 

14/01/2020
 

Autor(a)
Por Adriana Mattos — De São Paulo

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