Empresa tem uma capacidade de embarcar cerca de 2,5 milhões de sacas de café verde por ano, e está entre as cinco maiores participantes do mercado exportador brasileiro.
A Terra Forte, uma das maiores exportadoras de café do Brasil, entrou com pedido de recuperação judicial em uma corte de Campinas (SP), informou nesta quarta-feira (10) o escritório de advocacia que representa a empresa.
Segundo Freire Assis Sakamoto Violante Advogados, a Terra Forte deseja reestruturar R$ 1,1 bilhão em dívidas.
Os advogados também disseram que a exportadora busca levantar com investidores R$ 60 milhões em capital de giro de curto prazo para manter operações.
A Terra Forte é conhecida do mercado internacional de café. Sediada em São João da Boa Vista (SP), a empresa tem instalações em Poços de Caldas (MG), importante área produtora, e Santos (SP), maior porto exportador do produto no Brasil.
Alguns operadores de Londres disseram à agência Reuters nos últimos dias terem ouvido que a Terra Forte enfrentava problemas para cumprir contratos com importadores europeus, o que, segundo eles, foi uma das razões para o movimento de cobertura de vendidos nas últimas sessões do mercado cafeeiro.
A exportadora tem uma capacidade de embarcar cerca de 2,5 milhões de sacas de café verde por ano, e estava entre as cinco maiores participantes do mercado exportador brasileiro.
Uma porta-voz da sede da Terra Forte, em São João da Boa Vista, disse à Reuters nesta quarta-feira que a empresa não comentaria.
O escritório de advocacia que cuida do pedido de recuperação judicial divulgou uma nota curta, na qual afirma que a exportadora estava à procura de suporte financeiro para manter operações, esperando levantar capital de investidores a curto prazo, enquanto tenta renegociar suas grandes dívidas.
"Num segundo momento, com a conclusão da reestruturação, o objetivo do Grupo Terra Forte é buscar um sócio estratégico no mercado", afirmou a nota.
O pedido de recuperação judicial da Terra Forte vem no momento em que o preço de referência do café arábica, no mercado de Nova York, ronda seus menores níveis em 13 anos, com produtores de todo o mundo reclamando que os valores de venda estão abaixo dos custos de produção.
11/04/2019