O Grupo Frialto protocolou na quinta-feira seu plano de recuperação judicial na 2ª. Vara de Sinop (MT). O frigorífico, que pediu recuperação judicial em maio, tem dívidas de R$ 564 milhões, sendo R$ 453 milhões com instituições financeiras e R$ 97 milhões com pecuaristas. Na sexta-feira, foi a vez do frigorífico paulista Frigol, com receita de R$ 790 milhões, pedir proteção contra falência.
Apesar da intenção de manter a atual estrutura societária durante a recuperação judicial, o Frialto poderá fazer operações de reorganização societária, inclusive fusões, incorporações ou vender unidades. A empresa buscará novos financiamentos e poderá emitir novos títulos de dívida.
O plano prevê dois cenários para pagar fornecedores estratégicos, o que inclui pecuaristas. No primeiro, a empresa retoma as atividades sem novos financiamentos, e, após homologação do plano, aqueles com crédito inferior a R$ 25 mil serão pagos integralmente cinco dias depois. Para os demais, o pagamento seria da seguinte forma: 10% do saldo devedor 35 dias depois; 50% do saldo em 11 parcelas mensais e os 40% restantes em 12 parcelas mensais.
Num segundo cenário, em que o Frialto voltaria a operar após financiamento de R$ 50 milhões, cada credor estratégico, com crédito inferior a R$ 25 mil, seria pago integralmente cinco dias após a homologação. Os demais receberiam 10% do saldo devedor 35 dias após a homologação. Num período de dez dias após o financiamento, esses credores receberiam 50% do saldo devedor. O restante seria pago em 11 parcelas mensais.
Para os quirografários (sem garantias reais), o plano prevê desconto de 85% das dívidas e que os 15% restantes serão pagos em dez anos, em 120 parcelas mensais, após período de carência de cinco anos a contar da homologação. O plano prevê perdão de 80% pelos credores com garantia real. Os 20% restantes seriam pagos em dez anos, em 120 parcelas mensais, após carência de cinco anos a contar da homologação.
Autor: Alda do Amaral Rocha
Fonte: Valor Econômico (02/08/2010)