O frigorífico Frialto, da família Bellincanta, com sede em Sinop (MT), negocia a venda de seus ativos. No último mês, os proprietários do Frialto, que enfrenta dificuldades financeiras, conversaram com diferentes empresas do setor de carne para um possível negócio. Na sexta-feira, as informações no mercado eram de que a Marfrig estava perto de fechar a compra do Frialto. Procurada, a Marfrig negou a operação. A reportagem não conseguiu contatar o Frialto.
O faturamento do frigorífico é estimado em R$ 1,2 bilhão por ano por fontes do mercado. A companhia tem capacidade de abate de 4.040 cabeças de bovinos por dia e tem unidades em Sinop, Nova Canaã, Matupá e Tabaporã, todas em Mato Grosso, além Iguatemi (MS), Ji-Paraná (RO) e Itaberaí (GO), segundo informações de seu site na internet.
O Frialto atua no mercado interno e tem unidades habilitadas para exportar carne bovina para Europa, Rússia, Hong Kong, Egito, países do leste europeu, da África e da América do Sul. No mercado, a avaliação é de que a habilitação para vender a esses países é um ativo importante da companhia.
A empresa conseguiu sobreviver à crise de 2009, que levou vários frigoríficos de carne bovina, como Independência e Arantes, à recuperação judicial. Mas com endividamento elevado, o Frialto já estaria enfrentando, mais recentemente, dificuldades para pagar fornecedores e pecuaristas, segundo fontes do mercado.
O Frialto era considerado um frigorífico de porte médio até os grandes negócios no último ano, quando além de crescer em carne bovina, as empresas se diversificaram. A JBS, por exemplo, incorporou a Bertin e também comprou a americana Pilgrim's Pride, de frango. Já a Marfrig adquiriu a Seara, de aves e suínos, e arrendou unidades do Margen e do Mercosul.
Autor: Alda do Amaral Rocha
Fonte: Valor Econômico (24/05/2010)