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Frigorífico Mondelli tem as contas bloqueadas

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Justiça concede liminar a investidores franceses que querem dinheiro de volta; empresa tenta recuperação

Liminares concedidas pela Justiça de Bauru bloqueiam duas contas do Frigorífico Mondelli – que, no final de janeiro, apresentou pedido de recuperação judicial para tentar sair da crise. As liminares foram concedidas a pedido da empresa Hapi Comércio Alimentícios. Ela representa franceses que investiram no frigorífico ano passado e, agora, cobram parte do que foi aplicado numa operação chamada sociedade em conta de participação.

De acordo com a ação cautelar que tramita na 1ª Vara Cível de Bauru, a Hapi injetou mais de R$ 30 milhões no Mondelli. Uma parte já retornou ao caixa, mas, segundo a empresa, ainda faltam R$ 12 milhões. “A recuperação judicial só pode ser feita depois que a sociedade em conta de participação for liquidada”, afirma o advogado Thiago Munaro, defensor dos franceses.

Segundo informações da Hapi, a empresa fez um empréstimo de R$ 7 milhões ao frigorífico em abril do ano passado e, em setembro, as duas partes fizeram o acordo para a sociedade em conta de participação, com mais investimentos. Haveria acordo para que, no futuro, a sociedade avançasse. Em janeiro, de acordo com a Hapi, o acordo foi rompido.

Os franceses alegam que o Mondelli pediu recuperação judicial com um dinheiro que não pertence ao frigorífico e precisa ser devolvido. A primeira liminar foi concedida na semana passada e a segunda, quarta-feira (8). Isso porque, segundo documentos anexados à ação cautelar, a direção do frigorífico enviou uma carta aos clientes pedindo para que duplicatas fossem pagas em outra conta, o que motivou o segundo pedido de liminar para bloqueá-la também.

O BOM DIA teve acesso à carta, assinada por dois acionistas da família e pelo diretor geral, Constantino Mondelli Filho. Terça-feira, em rápida conversa com o BOM DIA, o diretor disse que não há intenção de vender o frigorífico e afirmou que não serão feitas demissões. O Mondelli tem hoje 700 funcionários. O valor total da dívida com os credores não foi revelado até o momento.

O advogado Geraldo Gouveia Júnior, da Advocacia De Luizi, contratada pelo Mondelli para a recuperação judicial, lembrou que a liminar não é uma decisão definitiva e disse que o frigorífico vai expor toda a verdade em breve. “Aguardamos que o Judiciário tome a decisão correta”, afirmou. Ele reforçou que tudo vai aparecer no processo de recuperação judicial e poderá ser consultado.

Autor: Cristina Camargo

Fonte: http://www.redebomdia.com.br (08/02/2012)

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