Adam Neumann, que ajudou a criar a empresa de escritórios compartilhados e foi seu CEO, estaria conversando com investidores, dizem fontes
26/03/2024
Adam Neumann, cofundador da empresa de escritórios compartilhados WeWork, apresentou uma proposta para comprar a empresa, atualmente em processo de recuperação judicial, por mais de US$ 500 milhões, revelou o diário de negócios The Wall Street Journal, citando fontes a par da situação.
Segundo o WSJ, não está claro como Neumann financiaria a operação.
Um representante da startup imobiliária de Neumann, a Flow, confirmou que a apresentação de uma proposta. Uma coalizão de meia dúzia de investidores apresentou um lance potencial há duas semanas, informou esse representante. O valor seria ainda maior do que o revelado pelo WSJ.
Em um e-mail, a WeWork disse que mantém o foco em sair do processo de recuperação judicial, pelo chamado Capítulo 11, no segundo trimestre, “como uma empresa financeiramente sólida e lucrativa.”
“A WeWork é uma empresa extraordinária, e não surpreende que recebamos manifestações de interesse de terceiros”, afirmou o comunicado.
Neumann, ex-CEO da WeWork, e outros investidores, como a Third Point, consideravam fazer uma oferta pela empresa, revelou a Bloomberg no mês passado. Neumann e a Flow vinham tentando, desde dezembro, obter informações da WeWork para formular uma proposta, de acordo com correspondência enviada aos advogados da empresa.
A Third Point não está envolvida na proposta de Neumann, disseram fontes a par da situação, que não quiseram ser identificadas. A empresa não quis se pronunciar.
A startup Flow recebeu um investimento de US$ 350 milhões da empresa de capital de risco Andreessen Horowitz em 2022, ficando avaliada em US$ 1 bilhão, mesmo antes de começar a operar.
A WeWork chegou a ser avaliada em US$ 47 bilhões em 2019, mas não conseguiu abrir seu capital em Bolsa. Depois veio a pandemia, que esvaziou escritórios em todo o mundo. Ainda assim, a demanda por trabalho flexível mostrou resiliência, e a WeWork abriu seu capital em 2021.
No ano passado, porém, acabou entrando em recuperação judicial, devido aos pesados aluguéis que pagava. Ao pedir proteção contra credores, a WeWork listou US$ 19 bilhões em dívidas e US$ 15 bilhões em ativos.