Caberá ao Judiciário decidir se aceita ou não os termos do plano de recuperação da Leardini, empresa pesqueira de Navegantes que está entre as maiores do país. Parte dos credores não concordou com os termos propostos na segunda audiência de apresentação do plano, o que, via de regra, inviabilizaria a recuperação. No entanto, como a maioria havia aceitado a negociação sugerida pela empresa, a lei permite que, agora, a Justiça determine se o plano é válido ou não.
A pesqueira aguarda a aceitação para dar início ao pagamento das dívidas e à recuperação. O processo começou em maio do ano passado e inclui R$ 89 milhões em débitos, de um total de dívidas de R$ 121 milhões. Algumas alterações foram feitas no plano inicial, apresentado em setembro de 2015 e que previa desconto de 30%sobre o valor original das dívidas (sem contar juros e multas).
O abatimento foi suprimido da nova versão do plano, o que o tornou mais “atraente” aos credores. Os parcelamentos, no entanto, foram mantidos. Os débitos, de acordo com a proposta, têm até 10 anos para serem quitados.
Diante das mudanças, a expectativa pela aceitação do plano era positiva e o resultado da reunião, com negativa do grupo de credores com garantias reais (os bancos) surpreendeu. Segundo a administradora judicial, Mara Denise Poffo Wilhem, a Leardini se mantém estável desde o pedido de recuperação e não reduziu o quadro de funcionários, que é de cerca de 300 pessoas.
Uma das alegações da empresa para pedir recuperação judicial é a importância da empresa para a economia do município. Estima-se que a pesqueira gere R$ 1,6 milhão em impostos para os cofres públicos. Os documentos aguardam parecer do Ministério Público, e ainda não há data para a decisão da Justiça.