O balanço do primeiro semestre deste ano do FI-FGTS mostra que os investimentos no período renderam 5,38%, o que representou R$ 1,7 bilhão. Com esse resultado, o fundo cobriu o prejuízo de 3% do ano passado, quando foi obrigado a reconhecer perdas de cerca de R$ 1 bilhão com o investimento na Sete Brasil.
O fundo conseguiu reverter a situação porque, no final do ano passado, quando já era público que os sócios da Sete discutiam entrar em recuperação judicial, os credores conseguiram sacar as garantias dadas pelo Fundo de Garantia para a Construção Naval (FGCN), abastecido pelo Tesouro Nacional.
O FI-FGTS recebeu cerca de R$ 900 milhões em ações do Banco do Brasil. O valor representou 32% de tudo o que o FI-FGTS colocou na Sete, entre participação acionária e empréstimos diretos.
Com a valorização desses papéis, o fundo recuperou cerca de 90% do que foi investido na Sete Brasil.
A legislação do FI-FGTS não permite que o fundo renda menos do que 6% ao ano, além da TR (Taxa Referencial). O fundo não usa dinheiro das contas dos trabalhadores diretamente. O saldo do FGTS é aplicado no mercado e parte desse rendimento é que abastece o FI-FGTS.
Além de auxiliar no financiamento das obras de infraestrutura que não recebiam recursos do FGTS diretamente, o FI foi criado para tentar melhorar o rendimento do Fundo, que é remunerado por índices, em média, menores que a inflação.
Mas, ao longo dos anos, houve críticas à forma como o FI escolhia as empresas em que investiria. Como a remuneração exigida pelo Fundo é uma taxa menor que a de empréstimos de mercado, os concorrentes reclamavam que o investimento desse fundo ajudava as empresas a terem propostas mais vantajosas nas licitações.
LIMITAÇÃO DOS RECURSOS
Com R$ 12 bilhões em caixa, o FI-FGTS, bilionário fundo que investe em infraestrutura com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço dos trabalhadores, terá regras mais rígidas para seus investimentos, que serão aplicadas no novo programa de concessões que o governo apresentará nesta semana.
Após perdas decorrentes de sua participação em empresas investigadas pela Operação Lava Jato, o objetivo é reduzir ao máximo o risco dos investimentos do fundo e estimular a participação de grandes investidores privados no financiamento dos projetos do novo governo.