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GM fica mais perto de sair do vermelho

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A General Motors Co. parece estar progredindo neste primeiro trimestre, beneficiando-se de economias conquistadas durante sua recuperação judicial, de uma melhora no cenário econômico e de preços mais firmes.

Ao mesmo tempo, a maior montadora americana viu as vendas subirem e está a caminho de produzir na América do Norte 75% mais veículos no primeiro trimestre do que um ano atrás. Alguns analistas acreditam que a GM pode chegar perto do ponto de equilíbrio já nos primeiros três meses do ano — um marco, após anos de grandes prejuízos.

"Eles conseguiram eliminar bilhões em custos fixos e, quando conseguirem passar do ponto de equilíbrio, vão ter muito caixa entrando", disse o analista automobilístico David Whiston, da Morningstar Inc. "Eu diria que eles devem se tornar rentáveis muito em breve."

Na semana passada, o diretor financeiro da GM, Chris Liddell, disse que a empresa tem uma chance "razoável" de se tornar rentável em 2010 e ter um balanço "notavelmente forte". Em janeiro, o presidente da empresa, Edward E. Whitacre Jr., previu que ela divulgaria lucro em 2010, e disse esperar que isso fosse em termos de lucro líquido.

A GM ainda enfrenta muitos desafios. As vendas na Europa estão em baixa este ano e a empresa está tentando fazer uma reestruturação cara e politicamente difícil de sua subsidiária alemã Opel. Nos Estados Unidos, as vendas estão voltando, mas não tão rápido quanto as de concorrentes como a Ford Motor Co.

A empresa ainda tem que quitar os US$ 5,7 bilhões que faltam de US$ 6,7 bilhões que tomou emprestado do governo americano. E embora a produção tenha subido em relação a um 2009 em que esteve deprimida, ainda está bem abaixo do que era há alguns anos.

A empresa não vai divulgar detalhes financeiros do primeiro trimestre tão cedo. Daqui a duas semanas, ela vai detalhar o desempenho que teve no quarto trimestre de 2009. Espera-se que esses dados mostrem que a GM queimou bilhões de dólares em caixa naqueles três meses, em parte porque ela começou a quitar os empréstimos que tomou do governo americano e outros governos.

A GM também informou anteriormente que teve dificuldades no quarto trimestre para aumentar a receita depois que saiu da concordata, à medida que as vendas continuaram deprimidas em várias regiões.

A GM está sob pressão para começar a ganhar dinheiro, depois de ter passado por uma reorganização financiada pelo governo. Os EUA investiram US$ 50 bilhões, a maior parte convertida em ações. O Tesouro americano é o maior acionista da GM, detendo uma fatia de 60%.

Os números do quarto trimestre vão ser baseados num tratamento contábil especial, que se aplica a empresas que saem de uma recuperação judicial. A GM precisa ajustar suas dívidas e ativos para refletir o valor justo de mercado. Tal ajuste pode alterar os níveis de depreciação e amortização, e geralmente têm um impacto positivo substancial no balanço da empresa.

A recuperação judicial permitiu que a GM se livrasse de bilhões de dólares em dívidas com seu principal sindicato, detentores de títulos e outros credores. Além disso, eliminou milhares de vagas, fechou várias fábricas, descredenciou centenas de concessionárias nos EUA e fez planos para fechar ou vender quatro de suas oito marcas. Ela saiu da concordata com uma dívida de US$ 17 bilhões, ante US$ 70 bilhões antes da recuperação.

A empresa também está economizando bilhões por ano que costumava gastar com o pagamento de juros sobre seu endividamento, agora reduzido, e o custeio de despesas de saúde dos aposentados, que são agora cobertas por um fundo sindical.

Com a economia americana começando a se recuperar, a GM está vendo suas vendas em alta. Nos primeiros dois meses do ano, ela vendeu 287.850 carros e caminhonetes nos EUA, 13% a mais que um ano atrás, embora as vendas da Ford no mesmo período tenham subido 34%.

A GM planeja produzir 650.000 veículos no primeiro trimestre, um aumento de 75% em relação a igual período um ano atrás. Isso é importante porque as montadoras registram a receita quando fabricam os veículos e os enviam para as concessionárias.

A consistência dos preços também está ajudando a GM. Ela estima que seus veículos em média tenham sido vendidos por cerca de US$ 3.500 a mais no quarto trimestre de 2009 do que em igual período de 2008.

Jerry Seiner, um concessionário de Salt Lake City, disse que um sedã modelo LaCrosse, da marca Buick, sai por US$ 30.000 a US$ 40.000 atualmente, uns US$ 7.000 a mais do que um ano atrás. Os novos veículos vêm de fábrica com mais recursos, o que ajuda a puxar o preço para cima. Antes "era difícil vender eles independentemente do preço", disse Seiner.

Autor: Sharon Terlep

Fonte: The Wall Street Journal (25/03/2010)

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