Itapemirim entrou com pedido de recuperação judicial no Espírito Santo (Foto: Divulgação)] A empresa capixaba Itapemirim protocolou nesta segunda-feira (7) um pedido de recuperação judicial na 13º Vara Cível Especializada Empresarial de Vitória.
O processo envolve as empresas Viação Itapemirim, Transportadora Itapemirim, ITA - Itapemirim Transportes, Imobiliária Bianca, Cola Comercial e Distribuidora e Flecha Turismo Comércio e Indústria.
Segundo a empresa, a decisão foi tomada diante do agravamento da "conjuntura financeira e econômica pela qual passa o país e considerada a melhor decisão em razão do quadro atual". A empresa foi fundada em 1953, em Cachoeiro de Itapemirim, pelo empresário Camilo Cola.
Em nota divulgada pela assessoria de imprensa do grupo, o objetivo com o pedido de recuperação é dar continuidade às atividades das empresas citadas, promover o equilíbrio financeiro, garantir os compromissos com funcionários e fornecedores e perpetuar as operações presentes e futuras.
Na mesma nota, a Itapemirim pede aos funcionários um "voto de confiança" e tranquiliza os atuais e ex-colaboradores - cujas demissões foram necessárias em função do momento econômico desfavorável. A Itapemirim acredita que "em médio prazo começará a apresentar os resultados positivos necessários para poder dar continuidade normal às suas atividades".
Crise
Não é de hoje que empresas do grupo passam por dificuldades. Em junho do ano passado, na tentativa de segurar seus negócios e manter-se de pé mesmo diante de um cenário difícil para empresas de transportes de passageiros em todo o país, a Viação Itapemirim vendeu cerca de 40% de sua frota de veículos e transferiu mais da metade das linhas em operação para a também cachoeirense Viação Kaissara.
No total, foram repassadas à Kaissara 68 das 118 linhas que eram operadas pela empresa. Depois dessa operação, a Itapemirim permaneceu operando 50 trechos, o que corresponde a 43% da fatia de mercado em que atuava antes da venda.
Naquela época, o diretor de Operações da Itapemirim, Marcos Poltronieri, chegou a negar que a empresa estivesse em processo de falência, mas admitiu que o volume de passageiros caiu nos últimos anos.
Segundo ele, enquanto sobem os custos com pneus, combustível, pedágio e manutenção, e se expandem as políticas de gratuidades, o valor da passagem não é reajustado na mesmavelocidade.
Protesto
Mais cedo, cerca de 40 funcionários que foram demitidos do Grupo Itapemirim realizaram um protesto na porta da empresa. Eles garantem que o prazo para o pagamento das verbas rescisórias está atrasado, assim como outros benefícios trabalhistas.
De acordo com o SindMotoristas, que representa os trabalhadores do setor de transporte no Sul do Estado, aproximadamente 150 pessoas foram demitidas desde o dia 18 de fevereiro. A maior parte delas está com os direitos trabalhistas atrasados.
A reportagem entrou em contato com o setor de Recursos Humanos e com a assessoria de comunicação da empresa. Em nota, a Viação Itapemirim comunicou que não irá se pronunciar sobre o assunto.