A Jaraguá não suportou o tamanho de seus problemas e pediu recuperação judicial na última terça-feira (24). O Presidente e proprietário da empresa, Álvaro Garcia, reassumiu o comando da companhia num último respiro de salvar a situação, embora seja gravíssima. A dívida gira em torno de R$ 500 milhões. A Jaraguá também está com pagamentos atrasados a muitos fornecedores e enfrenta uma série de pedidos de falência e mais de mil protestos. A recuperação judicial pode dar fôlego a uma empresa brasileira tradicional, que sempre esteve na lista de bons pagadores e excelentes construtores de equipamentos especiais. O respeito e o carinho que os funcionários tem pelo dono da empresa, pode ser um fator preponderante para a recuperação da companhia que vive dias de incerteza e intranquilidade.
A crise na Jaraguá começou com a mudança do foco da companhia. Especializada em produzir equipamentos especiais, a companhia passou atuar em obras de engenharia em meados de 2000. Além disso, o represamento dos pagamentos dos pleitos feitos nessas obras pela Petrobrás afundou de vez a Jaraguá na situação grave em que se encontra. Um problema que vem se repetindo com as dificuldades da Petrobrás, que também provocou a quebra de muitas outras empresas e que está deixando até mesmo as grandes companhias de engenharia em sérias dificuldades. No mercado, quase não há exceção. A situação pode ser tornar insustentável para muitas empresas fornecedoras, caso não haja uma mudança na política de pagamento da estatal.