Empresário ficará afastado por 40 dias. Gomes é presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e dono da empresa do setor têxtil.
24/05/2024
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, pediu licença do cargo para se dedicar à empresa do setor têxtil Coteminas, da qual é dono.
A afastamento teve início há duas semanas e terá prazo de 40 dias. Nesse período, Dan Ioschpe, vice-presidente da Fiesp, ocupa o cargo temporariamente.
A decisão de Josué Gomes ocorre na esteira do processo de recuperação judicial da Coteminas, que teve início no último dia 8 de maio.
O empresário decidiu pedir licença do cargo justamente para não misturar sua atuação na federação e na companhia.
Recuperação judicial da Coteminas
A empresa já vinha enfrentando problemas financeiros e operacionais. Em comunicado ao mercado em 8 de maio, a Coteminas informou que, desde o fim da pandemia, seus negócios vinham tendo impactos negativos por uma "combinação de fatores adversos que acarretaram dificuldades financeiras".
No documento, a empresa também divulgou o trecho da decisão judicial que determinou a "suspensão de todas as ações e execuções" contra a companhia.
Na prática, com o processo de recuperação, as dívidas da companhia ficam congeladas por 180 dias, ao mesmo tempo em que sua operação é mantida. (entenda mais abaixo)
O pedido da empresa foi feito à Justiça em meio a uma disputa com o fundo FIP Ordenes, que alegou vencimento antecipado de debêntures (títulos de dívida) emitidas em 2022 pela Ammo Varejo, do grupo Coteminas.
No comunicado divulgado nesta quarta-feira, a Coteminas também informou que havia notificado o fundo Ordenes sobre a impossibilidade de executar as ações da Ammo.
"Neste contexto, com o objetivo de garantir a preservação das atividades empresariais e de ativos das companhias e suas controladas, que ficariam sujeitas a dano irreparável, as companhias informam que requereram recuperação judicial, em conjunto com outras empresas do grupo, e obtiveram deferimento de seus pedidos", disse a Coteminas.
A companhia também afirmou que, com a concessão do pedido, "conseguirá a sua restruturação financeira e de todas as empresas do grupo".