A juíza Carina Roselino Biagi, da 8ª Vara Cível de Ribeirão Preto, acatou o pedido de recuperação judicial da Passaredo Linhas Aéreas. A solicitação foi ajuizada na sexta-feira por Aires Vigo, advogado da companhia aérea regional, por causa de uma dívida de R$ 100 milhões.
A partir de agora, a Passaredo terá 60 dias para apresentar um plano de reestruturação aos seus credores, a maioria bancos. Com a recuperação judicial, a companhia ficará também protegida por 180 dias contra qualquer pedido de execução judicial. O plano de reestruturação será elaborado pela Exame Auditores, de Ribeirão Preto.
A juíza Carina nomeou a Deloitte Touche Tohmatsu como a administradora judicial da Passaredo. A empresa foi a administradora judicial do primeiro caso de recuperação judicial do país, da antiga Varig, que iniciou esse processo sob o nome Flex. O processo de recuperação da Flex, contudo, não teve sucesso, e a companhia acabou tendo a falência decretada em meados de 2010.
A Passaredo, embora tenha entrado em recuperação judicial, permanece com a operação sem alteração, informou o advogado da empresa. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, a frota da Passaredo é composta por quatro turboélices ATR 72-600 que operam 18 destinos, com 44 voos por dia. A empresa tem 590 funcionários atualmente.
Acordo com Gol
A Gol Linhas Aéreas firmou, em dezembro de 2010, um acordo operacional com a Passaredo, chamado de “interline”. Esta parceria permite que a Gol venda conexões da Passaredo, mas com o código da parceira regional. O inverso é recíproco.
A Gol informou que este acordo permanece de “forma sólida”. “A Gol reforça que o pedido de recuperação judicial da parceira não altera o pleno funcionamento e a continuidade dos voos programados, sem alterações para os usuários”.
Autor: Alberto Komatsu
Fonte: http://www.valor.com.br (24/10/2012)