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Justiça de Goiás aceita pedido de recuperação judicial da Elisa Agro

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Empresa tem dívidas calculadas em R$ 680 milhões, sendo R$ 327 milhões com detentores de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA)

08/02/2024

 

A Justiça de Goiás, por meio da Comarca de Aruanã, aceitou nesta quarta-feira (7/2) o pedido de recuperação judicial da Elisa Agro, uma das maiores empresas de agricultura irrigada do país. A companhia soma dívidas de R$ 680 milhões, sendo R$ 327 milhões com detentores de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), papéis que emitiu para financiar sua expansão.

Em 2020 e 2021 a empresa concentrou grande parte de seus esforços para ampliar a área instalada com pivôs de irrigação. Como a pandemia desorganizou a logística do comércio global, a chegada de muitos dos equipamentos atrasou.

“Entrar com o pedido de recuperação judicial foi uma escolha difícil, mas necessária para preservar a companhia e os empregos”, disse à reportagem Fabrício Mitre, principal executivo da Elisa Agro. Em um processo que correrá em paralelo com a reorganização dos débitos, a empresa tem avaliado ofertas para vender seu controle.

A Elia Agro possui mais de 13 mil hectares de área de plantio, entre fazendas arrendadas e próprias, além de 7,2 mil hectares de área irrigada em operação, com 76 pivôs instalados e 180 colaboradores diretos. Concentra suas atividades na região do Vale do Araguaia, no nordeste de Goiás. Adepta da agricultura regenerativa, instala lavouras em áreas de pastagem degradada, nas quais cultiva algodãofeijãomilho, e, principalmente, soja.

A companhia pertence à família que também controla a Mitre, incorporadora de São Paulo especializada no mercado de imóveis de alto padrão. Em janeiro, como parte dos ajustes necessários na estrutura de capital da Elisa, a família vendeu quase 10% do capital da incorporadora.

Os controladores haviam dado ações da Mitre como garantia para empréstimos que a Elisa tomou, e, agora, a família fez acordo com os bancos credores para desvincular as ações da incorporadora. O movimento exigiu a negociação de uma fatia dos papéis da empresa do segmento imobiliário, mas, de acordo com o executivo, assegurou a segregação completa dos dois negócios.

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