A 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo homologou ontem o plano de recuperação extrajudicial da Gradiente. O plano já havia sido aprovado no fim de janeiro pelos acionistas da fabricante de eletroeletrônicos e, de acordo com a lei, precisava da aprovação de mais de 60% dos credores da companhia, que reclamam valores de aproximadamente R$ 400 milhões. A Justiça, por sua vez, precisava referendar a adesão dos credores.
A decisão foi homologada pelo juiz Caio Marcelo Mendes de Oliveira, o mesmo que decidiu sobre o processo de recuperação judicial da Bombril. "O juiz foi bastante cauteloso, o que dá segurança aos investidores", diz um investidor. "A homologação já poderia ter saído há mais tempo, mas ele fez questão de conversar com cada um dos credores para ter certeza de que o plano não teria reviravoltas".
Em dezembro, a Gradiente anunciou que o dinheiro pago pelo arrendamento da fábrica e da marca Gradiente será usado para pagar os credores. A CBTD, empresa resultante do plano de restruturação da Gradiente, receberá aporte de R$ 130 milhões de novos investidores, sendo R$ 68 milhões em capital e o resto em dívida.
Autor: Daniele Madureira
Fonte: Valor Econômico (25/05/2010)