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Kodak corre contra o tempo para não quebrar

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A Eastman Kodak está encontrando muitos obstáculos em sua tentativa de vender algumas de suas patentes ou obter empréstimos em sua luta para gerar caixa.

Os passos são importantes para a Kodak ficar longe do tribunal de falências. A empresa de 131 anos diz estar fazendo progressos em ambas as frentes, mas pessoas familiarizadas com o assunto dizem que ainda há arestas a aparar.

A Kodak tem participado de conversas para um novo financiamento com um consórcio de fundos de hedge, incluindo Cerberus Capital Management e Highbridge Capital Management. A empresa precisa do dinheiro para sustentar sua posição de caixa até que consiga concluir a venda de um conjunto de patentes.

Embora as discussões originalmente tenham sido focadas em um pacote de cerca de US$ 900 milhões, os fundos de hedge recentemente cortaram o montante que estão dispostos a fornecer para algo entre US$ 600 milhões e US$ 700 milhões, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. A quantia pode não ser suficiente para atender às necessidades da empresa.

A Kodak vem tentando vender uma carteira de 1,1 mil patentes digitais desde agosto, com a ajuda do banco de investimentos Lazard. As patentes têm chamado a atenção de pesos pesados como Apple e Google, e a empresa está em negociações ativas com potenciais compradores, disseram duas pessoas familiarizadas com o assunto. Os porta-vozes da Apple e da Google se recusaram a comentar. "Recebemos várias propostas de financiamento [...] e temos um processo de licitação muito ativo e robusto" para a carteira de patentes, disse um porta-voz da Kodak.

Mas os aspirantes a compradores estão se aproximando da venda de patentes com cautela, nervosos com a ideia de comprar ativos de uma empresa em risco de entrar em recuperação judicial, disseram as pessoas familiarizadas com o assunto.

Embora a empresa esteja de olho em outros meios para levantar dinheiro, uma dessas pessoas disse que a não ser que a Kodak feche a venda das patentes ou receba uma grande quantia de financiamento nas próximas semanas, ela pode pedir concordada já nos primeiros meses do ano.

A Kodak discutiu suas opções para captar recursos na semana passada, em uma reunião de dois dias com a equipe de gestão, o conselho diretor e consultores em Nova York. Os executivos confirmaram que têm a intenção de fechar um acordo de patentes em breve, segundo pessoas a par do assunto. Mas elas também disseram que se a empresa for obrigada a pedir concordata, isso tornaria uma venda de patentes menos complicada, de acordo com uma pessoa que participou da reunião.

Um leilão das suas patentes por motivo de concordata poderia dar uma folga à Kodak para negociar as melhores ofertas. O motivo: se uma empresa vende ativos enquanto está insolvente e posteriormente busca proteção contra concordata, os credores podem processá-la para tentar recuperar os ativos, ou obter mais dinheiro além da receita conseguida com a venda desses. Isso pode deixar os candidatos temerosos de que um negócio feito fora do tribunal de concordatas possa mais tarde ser desfeito. Um leilão de concordata, por outro lado, seria aprovado por um juiz e poderia acalmar os candidatos e os credores.

A Kodak acredita que está fazendo um leilão competitivo, que vai buscar o justo valor de mercado para as patentes, disseram pessoas a par do assunto, tornando nulo qualquer temor de que um acordo poderia ser desfeito mais tarde.

O tribunal de concordatas também daria opções à Kodak para se desfazer de centenas de milhões de dólares de custos em passivos, como pensões e planos de saúde para os funcionários aposentados.

A empresa tem outras ofertas de fundos. Os portadores de títulos de dívida da empresa, por exemplo, recentemente a informaram que poderiam fornecer cerca de US$ 1 bilhão em um pacote de socorro, segundo pessoas a par da situação.

Os portadores de títulos ainda não receberam resposta da empresa, segundo uma dessas pessoas, e não ficou claro por que o pacote de financiamento poderia não ser atraente para a Kodak. Uma pessoa a par da situação disse que a proposta dos portadores de títulos não estava sendo considerada.

Outra pessoa a par do assunto disse que nenhuma decisão ainda foi tomada sobre os rumos da Kodak e que uma combinação de pacote de resgate, operações de corte de custos e outras relacionadas às patentes poderiam manter à tona essa empresa que é um ícone do setor fotográfico.

A empresa tem torrado caixa enquanto tenta se afastar do negócio de fotografia, que está encolhendo, e se transformar em uma empresa de impressoras. A Kodak tinha US$ 862 milhões em caixa no fim de setembro, ante US$ 1,4 bilhão um ano antes.

A Kodak também está tentando vender outros ativos. No momento, ela procura vender a Kodak Gallery, sua divisão de compartilhamento de fotos, segundo pessoas a par do assunto. Em novembro, vendeu sua divisão de sensores de imagem e parte de suas instalações em Rochester, no Estado de Nova York. A Kodak também fez acordos de patentes que serão concretizados no quarto trimestre.

Membros da diretoria, consultores e gestores também estão considerando o que um pedido de concordata significaria para a estratégia relativa às impressoras, a grande aposta do diretor-presidente, Antonio Perez, para virar a sorte da empresa. O risco é que um pedido de concordata possa dissuadir os clientes de comprar as impressoras digitais Kodak para o consumidor e suas impressoras comerciais.

Autores: Dana Mattioli e Mike Spector

Fonte: http://www.valor.com.br, com informações do The Wall Street Journal (20/12/2011)

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