A disputa pelo controle da Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) ganhou um terceiro concorrente, depois de a Lions Gate Entertainment apresentar proposta de fusão aos credores do estúdio carregado de dívidas, segundo fontes a par da situação.
A MGM, um dos nomes mais famosos em Hollywood, está sob controle de seus credores há quase um ano, após não ter conseguido honrar sua dívida de US$ 3,7 bilhões.
Mais de cem instituições de crédito que emprestaram à empresa tentam arquitetar um plano que ajude o estúdio, dono da série de filmes de James Bond, a voltar à estabilidade financeira.
Estudam três propostas. Uma da Lions Gate, dona da série de TV "Mad Men" e da franquia de filmes de horror "Jogos Mortais"; outra da concorrente Summit Entertainment, dos filmes da saga "Crepúsculo"; e uma da Spyglass Entertainment, produtora da comédia recém-lançada "Get Him to the Greek".
A Lions Gate, envolvida em sua própria batalha interna com o acionista Carl Icahn, cobiça a MGM há longo tempo. As empresas são donas dos direitos sobre os maiores arquivos de filmes no setor de entretenimento, e executivos dos dois conselhos de administração discutiram c uma possível fusão.
O interesse da Lions Gate chega em meio a uma trégua de dez dias com Ichan, que agora tem participação de 37,3% na empresa. O investidor critica a equipe gerencial da Lions Gate, mas concordou em cessar as hostilidades para que possam explorar a aquisição.
A complexidade da estrutura das dívidas da MGM dificulta um acordo: para que alguma oferta siga adiante precisa de aprovação dos credores com maioria de dois terços. A Lions Gate, que não quis comentar o assunto, dificilmente assumiria um volume significativo de dívidas para financiar qualquer fusão e já descartou emitir novas ações, o que diluiria as participações dos acionistas na empresa - incluindo a de Icahn.
No caso de acordo com a Spyglass, a MGM manteria o direito de distribuir seus próprios filmes, enquanto nas propostas da Summit e a Lions a distribuição do estúdio endividado seria extinta. Summit e Lions têm infraestrutura própria de distribuição.
Enquanto os credores, como os fundos hedge Anchorage e Highland Capital Management, estudam as propostas rivais, a MGM continua administrada por Stephen Cooper, seu executivo-chefe interino. Cooper é especialista em recuperar empresa e supervisionou o processo de recuperação judicial da Enron.
Autor: Matthew Garrahan, Financial Times, de Los Angeles
Fonte: Valor Econômico (15/07/2010)