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Manlec propõe pagar dívida com deságio de 43,7%

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A Manlec, rede varejista de móveis e eletroeletrônicos em recuperação judicial desde agosto, apresentou um plano de pagamento das dívidas com deságio de 43,7% sobre o montante global de R$ 105,4 milhões. A proposta deve ser publicada no Diário de Justiça nos próximos dias e se em um mês não receber objeções será homologada pela Vara de Falências de Porto Alegre. Caso contrário, será submetida à assembleia de credores, disse o advogado da empresa, João Medeiros Fernandes Jr.

Para as dívidas trabalhistas de R$ 9 milhões, referentes a verbas rescisórias, férias e décimo-terceiro salário, o deságio proposto é de 30%, com pagamento em 12 meses. Sobre o passivo de R$ 96,3 milhões com 249 credores quirografários e com garantias reais (bancos e fornecedores), a proposta de deságio é de 45% e o prazo de pagamento, de 240 meses, após 18 de carência. Em ambos os casos está prevista correção de 1% ao ano.

Conforme Fernandes Jr, a aprovação do plano é necessária para recuperar o fôlego da varejista, que enfrenta falta de capital de giro para comprar mercadorias. A Manlec opera hoje com potencial de faturamento médio mensal de R$ 5 milhões, mas a reestruturação nos termos propostos permitirá o retorno aos patamares de 2013 - quando a receita bruta anual foi de R$ 223,8 milhões - em cerca de cinco anos, prevê o advogado.

Desde a aprovação do pedido de recuperação, a Manlec reduziu os custos administrativos em 40%, fechou 6 das 38 lojas que tinha no Rio Grande do Sul, desativou a loja virtual, o sistema de televendas e reduziu de 612 para 375 o número de funcionários. A empresa vai focar a operação em segmentos de produtos com "mais giro e lucratividade", disse Fernandes Jr.

O plano de recuperação permite ainda, como alternativas para levantar recursos, a venda de ativos e capitalização. Conforme o advogado, os controladores admitem vender o controle da empresa para atrair sócios que injetem novos recursos na operação.

Também está prevista a contratação de empréstimos extraconcursais conhecidos como DIP, ou "debtor-in-possession", que têm prioridade de pagamento em caso de falência. A intenção é levantar de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões para capital de giro. Os bancos e fornecedores que continuarem operando com a Manlec durante a recuperação terão parte dos novos créditos paga antecipadamente.

Conforme o plano de recuperação, a crise da varejista deveu-se ao endividamento bancário e aos altos custos do crédito nos últimos anos. As dificuldades incluíram queda nas margens em função da concorrência e das vendas financiadas sem juros nos cartões de crédito, aumento dos aluguéis de lojas, retração do mercado consumidor e alta da inadimplência.

Autor(a)
Sérgio Ruck Bueno

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